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Classe trabalhadora inicia marcha nacional contra juros do BC

Jornada teve primeiro ato realizado em São Bernardo do Campo (SP). Presente na manifestação, Gleisi Hoffmann lembrou que "o Banco Central tem sido o grande empecilho para retomar o crescimento da economia"

Por Jorge Matos em 16/06/2023 às 20:16:30
Foto: Roberto Parizotti

Foto: Roberto Parizotti

Começou nesta sexta-feira (16) uma mobilização nacional contra os juros abusivos praticados pelo Banco Central de Bolsonaro. Trabalhadores e trabalhadoras saíram em marcha pelas ruas de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.

Durante a manifestação, organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, criticou a gestão do BC e disse que os juros altos tem prejudicado a classe trabalhadora e transferido renda para os mais ricos.

"Essa manifestação que começa hoje é nacional e é uma jornada de luta da classe trabalhadora que vai até o dia 2 de julho. Nós vamos estar nas ruas do país pedindo para reduzir as taxas de juros do país, porque os juros altos são a forma mais cruel, mais perversa, de transferir renda daqueles que são pobres para aqueles que são ricos", disse Nobre.

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o deputado federal Lindbergh Farias (PT/RJ) também acompanharam a marcha de lançamento da campanha. Eles enfatizaram que a inflação está caindo, o valor dos combustíveis e o preço dos alimentos também, e que só falta o presidente do BC, o bolsonarista Campos Neto, baixar os juros para o Brasil crescer ainda mais.

Hoffmann destacou os avanços do país com o governo Lula, citou o primeiro reajuste da tabela do imposto de renda, o aumento real do salário mínimo e programas sociais que foram retomados pelo presidente como o Mais Médicos, o novo Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida.

O Banco Central, porém, sabota os resultados dessas ações, salientou Gleisi: "Se a taxa de juros continuar como está, não vamos ter investimento no país e, se não houver investimento, não vamos gerar emprego. Sem emprego, não tem renda, a economia fica ruim e a vida do povo piora. Por isso, essa luta. O Banco Central tem sido hoje o grande empecilho pra gente retomar o crescimento da economia".

Próximas ações

A jornada nacional é promovida pela CUT, centrais sindicais e movimentos populares contra os juros altos e a política do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos, que foi escolhido por Bolsonaro e tem mandato até 2025.

Os protestos incluem caminhadas, panfletagem, assembleias com os trabalhadores e trabalhadoras, tuitaços, atos de rua, colagem de cartazes, plenárias e reuniões em todo o Brasil. A jornada tem o objetivo de exigir do BC a redução da taxa Selic, que faz o Brasil ter hoje a taxa de juros real mais alta do mundo (perto de 10%).

Na próxima segunda-feira (19), será feito um tuitaço nacional para promover a hashtag #JurosBaixoJá, com engajamento das entidades sindicais filiadas à CUT, das Brigadas Digitais da CUT e dos Comitês Populares de Luta, além de outras organizações populares.

Nos dias 20 e 21, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne, serão realizadas manifestações em cidades onde há sedes do BC e atos de rua em outros lugares. Em são Paulo, o evento será às 10h, na Avenida Paulista n° 1.804, em frente ao prédio do BC.





Fonte: pt.org

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