Parceiras no programa A Cor da Cultura, a Fundação Cultural Palmares (FCP) e a Fundação Roberto Marinho irão visitar comunidades no Quilombo Kalunga, em Goiás. De 5 a 8 de agosto, equipes das entidades farão escutas ativas (visitas técnicas), a fim de traçar estratégias para a execução do projeto de valorização da cultura quilombola na região. A atividade integra as comemorações dos 35 anos da Palmares, que serão completados em 22 de agosto.
Para o presidente da FCP, entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), João Jorge, será a oportunidade de ouvir as demandas dessa população. "A mensagem que estamos passando é que o novo Ministério da Cultura e a Fundação Palmares irão estreitar os contatos com os mais de 1,3 milhão de pessoas que vivem nos quilombos e buscar políticas públicas para elas".
Estão programadas visitas às comunidades de Vão de Almas, Vão de Moleque e Kalunga do Engenho II, no Quilombo Kalunga ("lugar sagrado", de "proteção", na língua banto), que engloba os municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre, reconhecido em 2022 pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o primeiro Território e Ãrea Conservada por Comunidades Indígenas e Locais (Ticca) do Brasil.
O prefeito de Cavalcante, Vilmar Kalunga, destaca a importância da presença da Fundação Palmares e da Fundação Roberto Marinho na região. "Vínhamos buscando essa proximidade, para que as nossas demandas sejam ouvidas, e é fundamental o apoio para a manutenção das nossas tradições culturais", afirmou.
No Kalunga foi implantado o Projeto Tecendo Saber - Alfabetização e Família, iniciativa da FRM com a secretaria de Educação de Goiás, Instituto Humanize e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. A ação, que oferece a jovens e adultos a possibilidade de escolaridade formal do primeiro segmento do Ensino Fundamental, busca melhorar os índices educacionais no município de Cavalcante, que está entre os dez com maior índice de carência multidimensional de Goiás.
Prêmio Palmares de Arte
Outra ação no calendário de comemorações dos 35 anos da FCP é o III Prêmio Palmares de Arte. A edição teve as inscrições prorrogadas até 17 de agosto - a já conta com o número recorde de 750 participantes registrados.
Serão agraciadas 40 iniciativas de fazedores de cultura autodeclarados negros (pretos ou pardos), assim como de residentes em comunidades remanescentes de quilombo, certificadas pela Fundação. O valor total oferecido é de R$ 600 mil - R$ 15 mil para cada laureado.
O prêmio conta com as seguintes categorias: música, dança e leitura, escrita e oralidade: mitos, narrativas folclóricas e culinárias tradicionais e é voltada para indivíduos e não para organizações.
Fonte: Ministério da Cultura