A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o início do ensaio clínico de fase II da vacina SpiN-Tec MCTI UFMG, primeiro imunizante contra a Covid-19 desenvolvido com tecnologia e insumos totalmente nacionais. A informação foi publicada nesta quarta-feira (30) no Diário Oficial da União (DOU).
Segundo o imunologista e pesquisador Ricardo Tostes Gazzinelli, nesta fase, a vacina será testada em 350 voluntários. Metade receberá a dose do comparador ativo e a outra metade, a SpiN-Tec. "É uma etapa importante pela segurança, pois permite uma estatística mais precisa sobre a imunidade", explicou.
Desenvolvida com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) por pesquisadores brasileiros do Centro Tecnológico de Vacinas (CTVacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a SpiN-Tec difere dos outros imunizantes por estimular a imunidade celular e ser mais resistente às variantes. Além disso, é estável na temperatura de geladeira por pelo menos nove meses e por cerca de um mês em temperatura ambiente, o que facilita a sua distribuição.
O coordenador-geral de Ciências da Saúde, Biotecnológicas e Agrárias do MCTI, Thiago Moraes, destacou que a SpiN- Tec é um "marco histórico na ciência" e defendeu que o desenvolvimento nacional de vacinas "reduz a dependência externa e fortalece a resiliência do sistema de saúde".
"A anuência da Anvisa para o ensaio clínico de fase II atesta a qualidade e a competência da ciência brasileira no desenvolvimento de vacinas", afirmou Moraes. "A capacidade de desenvolver vacinas internamente permite que um país responda rapidamente a surtos de doenças infecciosas, protegendo sua população da propagação de doenças graves", acrescentou.
Participação
Interessados em participar do ensaio clínico de fase II podem fazer um pré-cadastro online (http://www.ctvacinas.ufmg.br/index.php/estudo-spin/). Para ser voluntário, é necessário residir em Belo Horizonte durante todo o estudo, ser adulto saudável entre 18 e 85 anos, além de já ter sido vacinado contra Covid-19 com os imunizantes Coronovac ou AstraZeneca e de ter recebido dose de reforço com AstraZeneca ou Pfizer há pelo menos seis meses da última dose. No caso das mulheres, é vedada a participação de grávidas ou das que estejam amamentando.
"A colaboração da população é muito importante nessa fase", ressaltou Gazzinelli.
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação