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Governo Federal discute ordenamento sustentável do espaço marinho

Em seminário, ministra Marina Silva destacou a importância dos oceanos para o controle das mudanças climáticas

Por Jorge Matos em 25/09/2023 às 13:50:07
Foto: Divulgação/Marinha

Foto: Divulgação/Marinha

O Brasil tem sob sua jurisdição uma área marítima de 5,7 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente a metade da massa continental do País, aproximadamente. A importância do ordenamento do espaço marinho para preservar e fazer o uso sustentável dessa área, chamada de "Amazônia Azul", foi tema de seminário "Planejamento Espacial Marinho da Amazônia Azul", realizado nesta segunda-feira (25/09), em Brasília.

Na abertura do evento, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, destacou a importância dos oceanos e do ordenamento espacial marinho racional e sustentável para ajudar frear o avanço das mudanças climáticas.

"Pensarmos os recursos marinhos, os oceanos, é algo que deve ser motivo de prazer, alegria e, ao mesmo tempo, de preocupação. Preocupação porque com a mudança do clima estamos vendo tudo que já está acontecendo, quando olhamos os dados que a ciência nos aporta e dizem que os oceanos são responsáveis por absorver 25% das emissões de CO2, que produzem cerca de 50% do que oxigênio que a gente precisa para que a vida aconteça na terra, além disso, é grande provedor de outros serviços ecossistêmicos e sociais, econômicos", disse Marina Silva.

Segundo a ministra, o esforço a ser feito é para preservar e dar o uso econômico correto às riquezas naturais dos oceanos. "Estamos em um encontro em que o desenvolvimento econômico e social a partir desse planejamento pode nos ajudar no enfrentamento da desigualdade nesse País", avaliou.

O planejamento espacial marinho é um processo de organização e gestão das atividades humanas no oceano para alcançar objetivos ecológicos, econômicos e sociais. Envolve a identificação e o mapeamento de diferentes usos do oceano como pesca, turismo, transporte marítimo, produção de energia, pesquisa científica e a conservação da biodiversidade em área marinha protegidas.

Já secretária de mudança do clima do MMA, Ana Toni, defendeu a importância do planejamento espacial marinho para contemplar as diversas atividades econômicas de forma equilibrada já que, segundo ela, os oceanos são o maior regulador de mudanças climáticas do planeta. "Se nossos oceanos não estão bem, o clima não está bem", disse.

Para a secretária, o aumento da temperatura dos oceanos têm causado um estrago imenso. "Esse aquecimento está acontecendo de maneira muito rápida, já adiantando 20 anos das consequências da mudança do clima que esperávamos. Nesse sentido, é importante fazer esse ordenamento marinho para que a gente possa trabalhar turismo, conservação, transporte, óleo e gás, eólicas, a preservação", argumentou.

De acordo com a Marinha do Brasil, dos mares, retiram-se cerca de 95% do petróleo, 80% do gás natural e 45% do pescado produzido no País. Por rotas marítimas, são escoados mais de 95% do comércio exterior brasileiro. E é por meio de cabos submarinos que flui o tráfego de dados responsável por quase toda a comunicação com o mundo, incluindo a internet.

O Subchefe de Assuntos Marítimos e Organização do Estado-Maior da Armada, Contra-Almirante Carlos Henrique de Lima Zampieri, afirmou que o planejamento deve ser pensado de forma a contemplar os envolvidos com sustentabilidade ambiental.

"É importante discutir como acomodar e, da melhor forma, todos os nossos interesses, seja interesses de prosperidade da nossa nação aliado à sustentabilidade, à geração de economia, riqueza, tudo muito bem pensado", afirmou.

O Secretário Nacional de Infraestrutura, Crédito e Investimentos no Turismo do Ministério do Turismo, Carlos Henrique Menezes, citou que é alto o percentual de turistas estrangeiros que vêm ao Brasil motivados pela natureza. "É irrefutável a relevância da quantidade de áreas conservadas e da sua qualidade ambiental. Indubitavelmente, o ordenamento marinho contribuirá para a melhoria da governança, redução de conflitos, conservação do meio ambiente, aumento de segurança jurídica para investidores, além de potencializar o turismo náutico de sol e praia, entre outros relacionados ao ecoturismo", concluiu.

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Fonte: Agência Gov

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