Foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 11/10, a Lei nº 14.693 , que inscreve o nome do padre Cícero Romão Batista no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Ao sancionar a lei, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconhece e homenageia a memória de uma das personalidades religiosas mais marcantes do Nordeste, em especial da história de Juazeiro do Norte (CE).
Padre Cícero não foi canonizado pela Igreja, mas é tido como santo por sua imensa legião de fiéis espalhados pelo Brasil. Ele nasceu em 24 de março de 1844, no Crato, no Ceará. Aos 12 anos, influenciado pela leitura da vida de São Francisco de Sales, fez voto de castidade e, nove anos depois, aos 21 anos, entrou para o seminário em Fortaleza, tendo sido ordenado no dia 30 de novembro de 1870.
No Natal do ano seguinte, aos 28 anos, Padre Cícero checou ao povoado de Juazeiro (CE), onde deu início a um intenso trabalho pastoral através da pregação, do aconselhamento, das confissões e das visitas domiciliares. À época, Juazeiro tinha umas poucas casas de taipa e uma capelinha de Nossa Senhora das Dores, Padroeira de Juazeiro, cuja reforma foi empreendida por Padre Cícero.
A cidade viria a ser fortemente impactada pela presença de Padre Cícero que, impedido de celebrar missas, tornou-se líder político quando Juazeiro iniciou sua luta por emancipação política, o que veio a ocorrer em 22 de julho de 1911. Nomeado prefeito do novo município, Padre Cícero também chegou a ser nomeado Vice-Governador do Ceará, embora nunca tenha ocupado o cargo.
Após sua morte, em 20 de julho de 1934, aos 90 anos, Juazeiro prosperou ao mesmo tempo em que crescia a devoção por Padre Cícero. Em sua homenagem, até hoje, todos os anos, no Dia de Finados, uma multidão de romeiros, dos mais distantes lugares do Nordeste, chega a Juazeiro para visitar o seu túmulo, na Capela do Socorro.
Líder espiritual e político para milhares de pessoas, Padre Cícero notabilizou-se como uma das figuras mais biografadas do mundo, tendo sido tema de mais de duzentos livros e que ultimamente tem sua vida estudada por cientistas sociais do Brasil e do exterior.
Fonte: Planalto