Começo esta crônica pelo final. Ou melhor, pelo ponto final. Calma, eu explico: lembro de uma vez em que assisti o grande Jô Soares, em uma de suas tiradas maravilhosas dizer que "a outra linha foi a maior invenção da humanidade" e continuou: "a segunda maior foi a outra página".Concordo plenamente. Imagine o comprimento dos livros se não existisse 'a outra linha' ou, também, 'a outra página'... peço desculpas pela audácia, para sugerir que a terceira maior invenção do homem seria o ponto final.O ponto final tem uma importância ímpar no nosso dia a dia, mas geralmente não percebemos.
Aliás, nós brasileiros temos o costume de dar maior importância ao "apito final" do que ao ponto final. Digo isso porque ontem tive a infelicidade de asistir ao jogo da selecinha brasileira contra o Uruguai. Que diferença! Enquanto os 'ícones' brasileiros esforçam-se para aparecer, num individualismo tacanho, os uruguaios somavam-se no sentido do uno. Sábios, puseram em campo a velha máxima: unidos, jamais seremos vencidos. Esperei, confesso, ansioso, o apito final do árbitro para por fim à minha angústia. Não percebi, naquele momento, que mais importante que o 'apito final' será o 'ponto final' na malfadada gestão da seleção brasileira pelo técnico Fernando Diniz, personagem que inventou o 'individualismo individual' ao querer se destacar dentre os demais técnicos com uma invenção só sua: o estilo "rame-rame". Vou simplificar o estilo: é o consagrado pelos narradores 'new influencing': me-dá-que-te-dou-aí-você-me-dá-que-eu-dou-pro-goleiro. Esse estilo faz de Casemiro um dos maiores craques do mundo rsrsrs. E faz um time perder de três a zero, mas 'tendo' a posse da bola em mais de 70% do jogo. Vamos por um 'ponto final' nas atuais regras do futebol. Ganhará o jogo quem tiver mais 'posse de bola' e não quem fizer mais gols.
Vejo, enojado, o conflito de um estado contra um povo (Israel x povo palestino) desfilar na tela da TV. Há que se dar um 'ponto final' nesta guerra insana (todas as guerras são insanas, né?) antes que se espalhe pelo mundo, dando um 'ponto final' na humanidade.
Vejo, enraivecido, a ganância insaciável de certos políticos que se apegam ao vil metal em detrimento do bem estar do povo brasileiro. Só para dar um exemplo, vou citar as iniciais do nome de um desses canalhas. Só as iniciais porque, por acordo com o portal HojeBahia, não posso me manifestar politicamente. As inciais são: Arthur Lira. Que o povo de Alagoas ponha um 'ponto final' na carreira desse "carcará sanguinolento".
E por falar em políticos e em 'carreira', por onde andam o Aécio Neves e o Nelson Piquet?
Bem, acho que é hora do 'ponto final'.
P.S.: O leitor José Carlos M. Cruz reclama do tamanho das crônicas. "Muito pequenas", diz. Zé, com todo o respeito e agradecendo o elogio que o amigo fez, quero ressaltar que as crônicas são do tamanho adequado ao valor que me é pago por elas. Um abraço!
P.S.2: contribua com qualquer valor através do Pix 71994062444 (Lara Castro Matos) para dar um ponto final na necessidade de comprar novos óculos.