O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva chamou de ameaça as exigĂȘncias feitas pela União Europeia (UE) para a finalização de um acordo com o Mercosul. Ao discursar na CĂșpula para um Novo Pacto Financeiro Global, em Paris, Lula cobrou que os acordos comerciais passem a ser mais justos.
"Estou doido para fazer um acordo com a União Europeia, mas não é possĂvel. A carta adicional que foi feita pela UE não permite que se faça um acordo. Nós vamos fazer a resposta e vamos mandar a resposta. Mas é preciso que a gente comece a discutir."
"Não é possĂvel que tenhamos uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico. Como é que a gente vai resolver isso?", questionou Lula, sentado ao lado do anfitrião do evento, o presidente francĂȘs Emmanuel Macron.
Em seu discurso, Lula se referiu à construção da UE como patrimônio democrĂĄtico da humanidade. "Depois de duas guerras mundiais, vocĂȘs conseguirem construir a União Europeia, conseguirem fazer um Parlamento, conseguirem viver com divergĂȘncia, mas discutindo as coisas democraticamente. É uma coisa que eu quero para a América do Sul".
"Queremos criar novos blocos para negociar com a UE. E aĂ, me desculpem Banco Mundial e FMI [Fundo MonetĂĄrio Internacional], precisamos rever o funcionamento. É preciso ter mais dinheiro, é preciso ter novas direções, mais gente participando da direção. Não podem ser os mesmos."
"Querido companheiro Macron, obrigado por essa reunião. E se prepare porque estou com mais vontade de brigar nesses próximos trĂȘs anos em que vou presidir o Brasil. Obrigado e boa sorte", finalizou.
Fonte: AgĂȘncia Brasil