No evento, a ministra ressaltou o papel das enfermeiras e enfermeiros na assistência à população, principalmente durante a maior emergência sanitária que o país já vivenciou por meio da pandemia de Covid-19. Por isso, segundo ela, o governo assumiu como compromisso para valorizá-los a implementação do Piso da Enfermagem.
"Estou muito contente em estar aqui, em primeiro lugar, por ser um evento representativo da enfermagem brasileira. E o Ministério da Saúde assumiu como prioridade na gestão que participo como ministra a implementação do Piso Nacional da Enfermagem", afirmou Nísia. "Sabemos que a luta é árdua. E creio que, além do piso, toda a valorização da categoria passa pelo incentivo à formação e trabalho digno".
A ministra acrescentou que é preciso pensar uma forma de construir uma agenda de trabalho e de políticas públicas que envolvam os enfermeiros. "Em todas as políticas do Ministério da Saúde vejo a força da categoria da enfermagem. Se falarmos da atenção primária, das unidades básicas de saúde mais as equipes multiprofissionais, a enfermagem está lá", disse.
"Se olharmos também a política de média e alta complexidade, que acabamos de aprovar dentro da nossa Comissão Intergestores Tripartite (CIT) com os estados e municípios, a enfermagem tem um lugar central", acrescentou a ministra enaltecendo, ainda, o papel destes profissionais no campo da vacinação.
Piso Nacional da Enfermagem
Em maio desse ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso liberou o pagamento do piso nacional da categoria, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter sancionado a abertura de crédito de R$ 7,3 bilhões para este fim.
Até então, o novo piso - definido pela Lei 14.434/2022 - estava suspenso desde setembro de 2022, por decisão do próprio Barroso até que os entes públicos e privados da área da saúde esclarecessem seus impactos financeiros. Segundo os estados, o impacto nas contas locais é de R$ 10,5 bilhões e não há recursos para suplementar o pagamento.
O novo piso para enfermeiros contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é de R$ 4.750, conforme definido pela lei. Técnicos de enfermagem recebem, no mínimo, 70% desse valor (R$ 3.325) e auxiliares de enfermagem e parteiras, 50% (R$ 2.375). O piso vale para trabalhadores dos setores público e privado.