Intermediado pelo governo brasileiro, o encontro entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, para discutir o imbróglio envolvendo a posse do território de Essequibo colocou o Brasil novamente sob os holofotes por conta de sua atuação como líder regional na América do Sul.
E esse posto de liderança brasileiro é reconhecido por países vizinhos. Prova disso é que a resolução assinada por Maduro e Ali, ao final do encontro, determinou, entre outros pontos, que ambos os lados devem se abster de palavras e ações que resultem em escalada do conflito, e em caso de qualquer incidente envolvendo o conflito, Guiana e Venezuela terão de se comunicar entre si, e acionar a Comunidade do Caribe (Caricom), a Comunidade da América Latina e do Caribe (Celac) e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para prevenir novos incidentes.
A Sputnik Brasil conversou com especialistas em relações internacionais para analisar como o encontro reflete a postura do Brasil como líder natural na região e como isso contribui para pautas importantes para o governo atual, como a retomada da integração regional e a busca por um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Brasil como líder natural e indispensável para a região
Charles Pennaforte, professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e coordenador do Laboratório de Geopolítica, Relações Internacionais e Movimentos Antissistêmicos (LabGRIMA), afirma que o Brasil tem um papel fundamental e indispensável em qualquer evento que possa ocorrer na América do Sul.
"O Brasil tem um papel de grande destaque pelo seu tamanho, sua importância. Então é natural que o Brasil exerça a sua influência. E principalmente quando se tem aí a questão da Venezuela, já que o Brasil sempre teve uma postura de discordância em relação às sanções em relação ao governo Maduro. Então vejo como uma grande tarefa no Brasil intermediar essa questão histórica entre Venezuela e Guiana."
Fonte: Agência Sputnik