Um balanço do primeiro ano de governo, a expectativa de crescimento no próximo ciclo, a participação feminina na política e a necessidade de discutir a regulação das redes sociais foram as pautas prioritárias na edição desta terça-feira (19/12) do Conversa com o Presidente. Durante o programa de entrevistas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que 2024 será um ano de desafios, mas que está com disposição e otimismo para fazer o Brasil crescer.
"Quando falo para Deus que quero viver 120 anos, é porque tenho disposição de fazer com que o povo consiga subir a escada inteira nesse país. Esse país não pode continuar assim: o povo sobe um degrau, cai outro. A gente nunca chega no fim da escada e eu quero que esse povo chegue ao fim da escada", disse.
"Eu quero que esse povo conquiste direitos, eu quero transformar esse país num país de classe média onde as pessoas possam comer bem, se vestir bem, viver bem, passear bem, cuidar da sua família. E nós vamos construir esse país", destacou Lula.
Crescimento
Durante o programa, Lula afirmou ter visto uma manchete da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e criticou o julgamento pessimista que a entidade fez sobre a economia brasileira.
"Vou aproveitar para chamar eles, ano que vem, para tomar um café e mostrar que a previsão deles estava errada. O Brasil vai crescer. Os dados que tenho e os investimentos que estamos fazendo vão ajudar o Brasil a crescer", afirmou.
O presidente ressaltou ainda que o otimismo com o próximo ano está relacionado com as grandes possibilidades de investimentos no país. "O dinheiro voltou a circular aos poucos na mão das pessoas.
"Para você ter ideia, o Banco do Brasil emprestou este ano mais que o dobro de tudo que foi feito no ano passado. A Caixa Econômica emprestou mais do que foi emprestado no governo passado. Esse dinheiro está circulando, vai chegar no povo, vai gerar emprego, vai gerar salário", pontuou.
Mulheres na política
O Conversa com o Presidente também abordou a participação feminina na política brasileira e a contribuição de Janja Lula da Silva, esposa do presidente, como agente política dentro do governo.
"A Janja me passa confiança. Ela dá palpite nas coisas que vou fazer, me dá conselhos. Ela não pode ser uma primeira-dama tradicionalmente como sempre foram as primeiras-damas. Não. Ela é uma agente política. Cada um de nós sabe as nossas tarefas e missões. Ela não precisa de cargo para ser importante, para fazer o trabalho que ela quer fazer. Se ela quiser visitar algum estado, hospital, discutir problemas das mulheres e das minorias, ela pode fazer o que quiser", disse.
Para Janja, é fundamental a participação das mulheres nas políticas públicas e dentro da política. "As leis que nos protegem são propostas por mulheres. Se a gente não tiver mulheres no parlamento, como é que vai ser?", questionou.
"Não há possibilidade de a gente achar que os avanços serão garantidos só pela lei e pela Constituição. Entre você propor e as coisas acontecerem leva um tempo. As mulheres só vão ocupar os espaços quando você tiver centenas de milhares de mulheres que têm que brigar. Porque as conquistas não vão ser concedidas, têm que ir à luta", sinalizou o presidente Lula.
Segundo informações da Secretaria-Geral da Presidência, as mulheres têm intensa presença na política de participação social no PPA Participativo, o Plano Plurianual 2024-2027. As mulheres foram 61% dos participantes da plataforma digital Brasil Participativo, a maior experiência de participação digital da história do Governo Federal, com intensa presença das mulheres também nas plenárias presenciais em todas as capitais brasileiras.
Redes sociais
Após Janja ter as contas nas redes sociais invadidas na última semana, o presidente Lula fez um apelo durante o bate-papo. "É um negócio criminoso, não dá pra não tratar como algo criminoso. Tem gente se matando, se violentando, então nós vamos ter que fazer uma regulação séria e, vou dizer mais: não é uma regulação só para um país, é uma regulação para o mundo", disse o presidente.
De acordo com Lula, há exemplos bem-sucedidos de regulação em outros países, como na União Europeia, no Canadá e na Austrália. "A gente vai ter que olhar o que foi feito, vamos ver o que está acontecendo na China, nos Estados Unidos, mas é preciso que o mundo tome cuidado com isso. O mundo já era preconceituoso contra o negro, mulher, pobre, agora com a internet virou hiper preconceituoso, porque as pessoas transformam seu preconceito pessoal para milhares de pessoas", concluiu o presidente.
Fonte: Planalto