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"Queremos que a TV, o cinema e vídeo tenham nossa cara e nossos sotaques", afirma ministra

Seminário realizado no sábado (20) abordou o tema Cultura e Democracia: o audiovisual na afirmação da soberania nacional

Por Jorge Matos em 22/01/2024 às 09:30:30
Foto: Divulgação/MinC

Foto: Divulgação/MinC

Abrindo o calendário do setor audiovisual em 2024, a 27ª edição da Mostra de Cinema de Tiradentes trouxe em sua programação no sábado (20/02), o seminário "Cultura e Democracia: o audiovisual na afirmação da soberania nacional", espaço que debateu a promoção da cultura no contexto do desenvolvimento, da defesa da democracia e na afirmação da soberania do Brasil. "Esse encontro é uma importante oportunidade de podermos observar nosso passado, e costurar um futuro em que mais vozes e mais cores", afirmou a ministra da Cultura (MinC), Margareth Menezes.

A titular da pasta comemorou as significativas vitórias do setor, como a recente sanção da cota de telas para cinema e TV paga, as 118 novas salas de cinema que estão sendo abertas no Brasil com financiamento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), em 11 estados e as duas chamadas públicas para o setor, junto à Agência Nacional do Cinema (Ancine), num valor total de R$ 320 milhões. "Queremos que a televisão, o cinema e as plataformas de vídeo tenham a nossa cara, os nossos sotaques e as nossas regionalidades", argumentou a ministra.

A secretário do Audiovisual, Joelma Gonzaga, reforçou a importância e representatividade de produção independente nacional. "Toda capacidade instalada do audiovisual brasileira, hoje, vem da produção nacional independente". E lembrou também duas importantes agendas do setor, que serão tema da 4ª Conferência Nacional de Cultura, que será realizada entre os dias 4 e 8 de março, em Brasília: a atualização do Plano de diretrizes e metas do Audiovisual e a retomada do debate sobre o Sistema Nacional do Audiovisual.

Emmanuel Lenain, embaixador da França no Brasil, destacou que o País é um grande parceiro no campo audiovisual. "É o nosso terceiro maior parceiro. Foram 50 co-produções desde o início dos anos 2000, e queremos ampliar". Ele trouxe ainda a agenda do Video On Demand (VoD), tema de diálogo entre os governos francês e brasileiro. "Quando nossos países buscam e defendem um cinema plural e diverso, o lugar central que são as plataformas de streaming ocuparem o papel que ocuparam nos últimos anos, preocupa. Queremos trabalhar juntos nessa troca de expertise de regulação dessas plataformas para distribuição e difusão audiovisual", disse. Na França, 25,15% dos recursos angariados pelas plataformas de streaming voltam para o desenvolvimento da produção nacional de conteúdo audiovisual.

O procurador-geral do Ministério Público do estado de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, falou da grandiosidade da produção da Mostra e seus impactos positivos, "com a criação de 2.500 empregos diretos e indiretos, e mais de R$ 10 milhões injetados na economia".

O assessor audiovisual Pablo Soares Pires, o Dom Black, representou a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, e mostrando um aparelho celular afirmou que o fazer cultural neste setor impacta a vida de milhares de jovens periféricos em várias localidades do Brasil e do mundo, porque não é o equipamento, e sim, a capacidade e inventividade que geram bons resultados. "Eu fiz duas campanhas políticas vitoriosas na minha cidade com esse celular. E aquilo me deu um gás tão grande que eu pensei: eu acho que dá pra fazer muita coisa assim".

Já Fabrício Noronha, secretário da Cultura do Espírito Santo e presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, afirmou que há três desafios nesse próximo ano: diversificação dos mecanismos de fomento; o papel de cada ente nesse processo; e a tradução da importância da cultura para a sociedade. "Pra além do desmonte da Cultura no governo anterior, a gente não pode esquecer que a extrema Direita tem com a cultura e com os artistas uma agenda sistemática de ataque e desqualificação".

A secretária de Cultura de Belo Horizonte, Eliane Parreiras, também presidente do Fórum Nacional de Secretários e Gestores de Cultura das Capitais e Municípios Associados, destacou que o Fórum de Tiradentes é uma importante ferramenta de descentralização, desconcentração, integração e continuidade às ações culturais do país. "Com a união de esforços dos gestores públicos, produtores e acadêmicos, o diálogo se amplia e permite a criação de estratégias mais eficazes e inclusivas. Cabe aqui destacar a disposição, intenção e atuação do Ministério da Cultura no audiovisual e em todas as áreas para fortalecer essa interação entre os entes federativos com estratégia, pensamento e ética".

A mesa foi mediada por Debora Ivanov, coordenadora executiva do 2º Fórum de Tiradentes e + Mulheres.

Mostra

Além da secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga, participaram da abertura do evento os diretores da SAV: Daniela Fernandes, de Preservação e Difusão Audiovisual; Rodrigo Antonio, de Formação e Inovação; além dos coordenadores Milena Evangelista, de Fomento; e André Araújo, de Difusão.

Nesta edição, serão exibidos 145 filmes (entre longas, médias e curtas-metragens), em três cinemas instalados na cidade – Cine-Praça, Cine-Tenda e Cine-Teatro. O cineasta André Novais Oliveira e a atriz Bárbara Colen são os homenageados dessa edição.

Planejada inicialmente para ser um programa de abertura do Centro Cultural Yves Alves, a primeira edição da mostra foi realizada em janeiro de 1998. Já naquele momento, se destacou como uma grande aliada do cinema brasileiro, unindo o propósito de dar uma destinação ao equipamento cultural da cidade.





Fonte: Ministério da Cultura (MinC)

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