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Nova Indústria Brasil é instrumento moderno e fomentará neoindustrialização, avalia CNI

Nova política industrial é positiva por focar em desenvolvimento sustentável, investimento em produtividade e inovação e comércio exterior

Por Jorge Matos em 23/01/2024 às 10:18:41
Foto: Iano Andrade/CNI

Foto: Iano Andrade/CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que o governo brasileiro está no caminho certo ao lançar uma nova política de neoindustrialização, a Nova Indústria Brasil, que será implementada no país nos próximos 10 anos. As ações foram apresentadas nesta segunda-feira (22), em reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto.

Vice-presidente da CNI e representante da entidade na cerimônia de lançamento, Léo de Castro ressaltou a importância de contar com o setor público no processo de retomada da indústria brasileira e reafirmou o compromisso da CNI com a agenda. "Esse é o anúncio de uma política pública moderna, que redefine escolhas para o desenvolvimento sustentável, com mais investimento, produtividade, exportação, inovação e empregos, por meio da neoindustrialização", disse.

"A indústria brasileira precisa de instrumentos modernos e semelhantes aos que promovem a indústria nas nações líderes. É preciso recolocar a indústria no centro da estratégia de desenvolvimento, para que possamos retomar índices de crescimento maior e poder ofertar um caminho consistente e alinhado com o que os países desenvolvidos fazem", completou.


"Uma indústria forte e competitiva é a base para o desenvolvimento inclusivo e sustentável do Brasil", disse o vice-presidente da CNI, Léo de Castro

Diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Rafael Lucchesi avaliou a nova política industrial como muito positiva. Para ele, o conjunto de programas inseridos nas missões de política industrial têm potencial para permitir que o Brasil aproveite as oportunidades trazidas pela necessária descarbonização da economia, permitindo que o setor industrial brasileiro lidere o processo de desenvolvimento sustentável com inclusão social e redução das desigualdades.

"Nós vemos no mundo hoje uma grande janela de oportunidade para a descarbonização das cadeias produtivas brasileiras em torno da indústria verde, num contexto em que o Brasil apresenta diversas oportunidades. Temos vantagens para avançar nas atividades econômicas que mais agregam valor, como as economias desenvolvidas têm feito por meio de políticas industriais modernas", afirma.

O evento contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e de representantes do setor privado e de ministros integrantes do CNDI. "Com essa reunião podemos dizer que finalmente o Brasil juntou um grupo de pessoas que vai fazer com que aconteça uma política industrial, em uma parceria entre iniciativa privada e poder público", disse o presidente Lula.

Alckmin apresentou as principais diretrizes da Nova Indústria Brasil e reforçou a importância deste momento para o país. Reafirmou, ainda, o compromisso do governo para tornar o Brasil mais competitivo e inovador. "Esta política representa uma visão de futuro, uma declaração de confiança em nossa capacidade de competir e liderar áreas estratégicas diante do mundo", afirmou.

Entenda aqui o que é o CNDI e o que ele tem a ver com a nova política industrial

De acordo com o governo federal, serão R$ 300 bilhões para financiamentos destinados ao plano até 2026. Além dos R$ 106 bilhões anunciados na primeira reunião do CNDI, em julho, outros R$ 194 bilhões foram incorporados, de diferentes fontes de recursos e redirecionados para dar suporte ao financiamento das prioridades da Nova Indústria Brasil.

Nos moldes do Plano de Retomada da Indústria, entregue pela CNI ao governo no ano passado, a Nova Indústria Brasil define metas para cada uma das seis missões que norteiam os trabalhos até 2033. Foram definidas áreas prioritárias para investimentos e um conjunto de ações que envolvem a união dos integrantes do CNDI, tanto governo como setor produtivo nacional.


Conheça as seis missões anunciadas pelo CNDI

Missão 1: Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética

Para alcançar as metas dessa missão, algumas das prioridades são a fabricação de equipamentos para agricultura de precisão, máquinas agrícolas para a grande produção, e a ampliação e a otimização da capacidade produtiva da agricultura familiar para a produção de alimentos saudáveis.

Missão 2: Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde

A meta é ampliar a participação da produção no país de 42% para 70% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, entre outros, contribuindo para o fortalecimento do SUS e a melhoria do acesso da população à saúde.

Missão 3: Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e bem-estar nas cidades

Uma das propostas é ampliar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia da indústria do transporte público sustentável. Para se ter uma ideia, hoje representa 59% da cadeia de ônibus elétricos.

Missão 4: Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade

Para que 90% do total das empresas industriais brasileiras (hoje são 23,5%) sejam digitalizadas e a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias seja triplicada, é preciso investir na indústria 4.0, no desenvolvimento de produtos digitais e na produção nacional de semicondutores, entre outros.

Missão 5: Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para futuras gerações

Um dos objetivos para a transformação ecológica na indústria é aumentar o uso da biodiversidade pela indústria e, ainda, reduzir em 30% a emissão de carbono da indústria nacional, que tem 107 milhões de toneladas de CO2 por trilhão de dólares produzido.

Missão 6: Tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacionais

A meta é conseguir autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para fortalecer a soberania nacional. Assim, a prioridade será para ações voltadas ao desenvolvimento de energia nuclear, sistemas de comunicação e sensoriamento, sistemas de propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados..






Fonte: Fernanda Louise / Agência de Notícias da Indústria

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