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Exposição homenageia primeira engenheira negra do Brasil

A mostra sobre a vida de Enedina Alves Marques é realizada pelo Iphan-PR e vai até julho de 2024

Por Jorge Matos em 12/03/2024 às 22:03:17
Foto: Divulgação/Iphan

Foto: Divulgação/Iphan

O espaço da Casa Domingos Nascimento Sobrinho, sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Paraná (Iphan-PR), está com a exposição em homenagem a Enedina Alves Marques, a primeira mulher negra a se formar engenheira do Brasil aberta ao público até o dia 05 de julho de 2024. A mostra tem como objetivo promover e difundir a memória de Enedina (1913-1981), que agora também dá nome ao espaço cultural/expositivo da Casa Domingos.

O evento de abertura da exposição iniciou com uma roda de conversa que reuniu mulheres conectadas à vida de Enedina de diferentes formas: mulheres que a conheceram e tiveram a oportunidade da convivência, mulheres que pesquisaram sua trajetória, mulheres que se inspiram em seu exemplo em suas próprias lutas diárias. Em seguida, houve uma cerimônia com a presença de diversas autoridades e representantes de grupos e instituições das áreas da cultura, educação e promoção da igualdade racial, com reverência simbólica à engenheira por meio de sua sobrinha Lizete Marques.

A representante mais antiga da família Marques recebeu uma placa de homenagem e descerrou, junto com a superintendente do Iphan no Paraná, Fabiana Moro Martins, a placa que identifica o espaço cultural-expositivo da Casa Domingos.

Para os próximos meses, está prevista uma série de atividades educativas voltadas às memórias da engenheira e da edificação sede do Iphan, tais como visitas mediadas com grupos escolares, outras rodas de conversa com colaboradores, além da oficina Uma casa para as histórias de Enedina.

A oficina será ministrada pelo artista educador e contador de histórias Cadu Cinelli e reunirá diferentes agentes culturais para um processo criativo, participativo e coletivo de um objeto narrativo que será incorporado à exposição, a partir de um mergulho sobre documentos e relatos sobre Enedina Marques e a Casa Domingos.

Ao todo, serão três encontros com duração de 4 horas cada, nos dias 1º, 15 e 29 de abril de 2024, na própria Casa Domingos. Interessados podem buscar a equipe de Educação Patrimonial pelo telefone ou e-mail informados no final da matéria.

Um lugar de história

A Casa Domingos, situada anteriormente no bairro do Portão, era residência do major Domingos e da família Nascimento, incentivadores dos estudos de Enedina durante sua infância e adolescência. Sua mãe, Virgília Alves Marques, trabalhou como lavadeira e doméstica nessa mesma casa, na década de 1920, e, com isso, Enedina foi levada a acompanhar uma das filhas do major, Izabel Maria do Nascimento, nos primeiros estudos e, depois, na Escola Normal, a partir de 1926.

Mesmo com magistério concluído em 1931, e com sua formação em Engenharia Civil na Universidade Federal do Paraná, concluída em 1945, Enedina se manteve próxima da família, sendo inclusive convidada para madrinha de uma das primeiras netas do major, Eziul Hostins. A engenheira estava sempre junto a eles nas ocasiões especiais, até a família se mudar da casa, em 1981.

A história de Enedina, que rompeu barreiras sociais, raciais e de gênero para as conquistas em sua formação acadêmica, perpassa, de várias formas, a edificação que hoje abriga a sede do Iphan Paraná, em Curitiba, e é contada e rememorada nesse espaço.


Serviço:

Exposição: Enedina Alves Marques

Data: 08 março até 05 julho de 2024

Local: Casa Domingos Nascimento Sobrinho – Iphan

Rua José de Alencar, 1808 – Juvevê – Curitiba (PR).

Horário: segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, exceto feriados.

Informações: (41) 3264-7971

Entrada franca

Agendamento de escolas: [email protected]

Fonte: Iphan

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