O almirante de esquadra Alexandre Rabello de Faria assumiu, nesta sexta-feira (5), o cargo de diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnologico da Marinha (DGDNTM), durante cerimônia presidida pelo comandante da Marinha, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen.
O evento foi realizado no Complexo do Centro Tecnologico da Marinha em Sa?o Paulo (CTMSP), com a presença de ex-comandantes da Marinha, membros do Almirantado, da indústria, da Sociedade Amigos da Marinha, da comunidade científica e tecnológica, além de outras autoridades militares e civis do Brasil e do exterior.
O novo diretor-geral, presidente do Conselho de Delegados na Junta Interamericana de Defesa entre 2021 e 2023, substituiu o almirante de esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, que esteve à frente do cargo desde 15 de dezembro de 2021.
A DGDNTM, como um Órgão de Direção Setorial, planeja, orienta, coordena e controla as atividades nucleares, científicas, tecnologicas e de inovac?a?o. Atua como órgão central executivo do Sistema de Cie?ncia, Tecnologia e Inovac?a?o da Marinha, a fim de contribuir para: o preparo das Marinhas do Amanhã e do Futuro; a aplicação do Poder Naval, em atividades relacionadas à ciência, tecnologia e inovac?a?o; o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), e o Programa Nuclear da Marinha (PNM).
O almirante Rabello disse estar pronto para o novo desafio e explicou que, historicamente, a coordenação científica e tecnológica da Marinha esteve concentrada no Rio de Janeiro, onde continua a desenvolver diversos projetos destinados a contribuir para o preparo e aplicação do Poder Naval.
E que, em julho de 2023, a DGDNTM, estrategicamente, transferiu sua sede para a cidade de São Paulo, ocupando espaço na Cidade Universitária, ao lado do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – o IPEN, com quem a Marinha mantém parceria há cerca de 70 anos.
"No Rio de Janeiro, estão sediados o Instituto de Pesquisas da Marinha, o Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira e o Centro de Análises de Sistemas Navais, que executam programas relacionados a sistemas de armas; sensores; sistemas de guerra eletrônica; sistemas acústicos submarinos; sistemas digitais e informatizados; tecnologia de materiais; criptologia e avaliação de segurança em sistemas; modelagem e simulação; pesquisa operacional; oceanografia; meteorologia; biotecnologia marinha; sensoriamento remoto; e engenharias costeira e oceânica. A essas áreas de pesquisa, somam-se outras de interesse do Corpo de Fuzileiros Navais, da Diretoria de Saúde da Marinha e da Diretoria de Hidrografia e Navegação, com projetos desenvolvidos pelas respectivas Instituições de Ciência e Tecnologia. A vinda da sede desta Diretoria-Geral para São Paulo teve várias motivações, dentre elas a de aumentar a representatividade da Marinha no estado de São Paulo. A mudança também sinaliza que estamos avançando no alcance do objeto principal do Programa Nuclear da Marinha (PNM) e do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), que é a obtenção do primeiro submarino nuclear convencionalmente armado do Brasil. Nosso primeiro submarino nuclear carregará o nome do ilustre patrono da Ciência e Tecnologia da Marinha, o Almirante Álvaro Alberto, pioneiro do Programa Nuclear Brasileiro e responsável pela proposta de criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do qual foi o primeiro presidente", destacou o Almirante Rabello.
Ainda conforme o novo Diretor-Geral, a cooperação entre a Marinha e a comunidade científica brasileira rendeu ao País ganhos maiúsculos e ímpares, como o domínio do ciclo do combustível nuclear. "Os desafios científicos, tecnológicos e industriais continuarão; cabendo à Marinha, por intermédio da DGDNTM, a tarefa de robustecer o ecossistema científico e de apoio à pesquisa e consolidar as cadeias industriais e de suprimentos correlatas, necessárias a proporcionar solidez e perenidade tanto ao PNM quanto ao PROSUB. Fortalecer e intensificar essa cooperação é um compromisso que assumo e no qual trabalharemos com energia, foco e prioridade, para transformar conhecimentos em inovação", declarou o Almirante Rabello.
Em seu discurso, o Almirante Petronio ressaltou que a DGDNTM e sua abrangente estrutura científica e tecnológica sempre estiveram alinhados com a realidade nacional, buscando conquistas e elevando o nível de capacitação de seu pessoal. "No conjunto das atividades que nos foram confiadas, muitas se traduziram em riscos inerentes às atividades de pesquisa e que se desvelaram no horizonte. Conhecer respostas para as infindáveis perguntas que diariamente formulávamos foi o indutor que nos moveu em direção a novas descobertas e ao contínuo progresso, impondo a natural responsabilidade de contribuir diretamente e significativamente para a evolução de 70 projetos, incluindo os dois principais: o PROSUB e seu intrínseco PNM, este último representando a pesquisa aplicada mais real no setor nuclear brasileiro", destacou.
O Almirante Petronio informou ainda que, nos anos vindouros, a soma das atividades desenvolvidas e do conjunto de competências atingidas resultará em uma Marinha dotada de vanguarda tecnológica, capaz de assegurar sua presença na conjuntura nacional e sua inserção no cenário internacional, aplicada com credibilidade e em prol de seu Poder Naval, como importante fator de alavancagem para o progresso e bem-estar da Sociedade Brasileira.
Ainda durante o evento, o Comandante da Marinha condecorou o Almirante Rabello com a Comenda da Ordem do Mérito Naval no Grau Grã-Cruz, pelos relevantes serviços prestados à Marinha. O Almirante Petronio foi agraciado com a Medalha Naval de Serviços Distintos em reconhecimento aos serviços dedicados à Marinha do Brasil.
Fonte: Agência Marinha de Notícias