Cinco policiais militares, entre eles um tenente-coronel, foram alvos de mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira, dia 9, durante a deflagração da "Operação Hybris", que investiga organização criminosa especializada na lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem, extorsão e receptação qualificada em Feira de Santana e cidades circunvizinhas, na Bahia. Uma mulher, esposa do chefe da facção criminosa, foi presa preventivamente. No total, foram cumpridos 17 mandados de busca e um de prisão preventiva. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 4 milhões das contas bancĂĄrias dos investigados, além da suspensão das funções pĂșblicas dos PMs. A decisão foi expedida pelo JuĂzo da 1Âș Vara Criminal de Feira de Santana.
A operação foi deflagrada em conjunto pelo Ministério PĂșblico estadual, por meio do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco); PolĂcia Federal; Receita Federal e pela Secretaria Estadual de Segurança PĂșblica (SSP), por meio da Corregedoria (Coger) e da Força Correcional Especia Integrada (Force). E contou também com o apoio do Grupo de Pronta Intervenção da PolĂcia Federal (GPI).
Segundo as investigações, a organização criminosa seria chefiada por um parlamentar, que foi alvo de busca e apreensão e bloqueio de bens durante a operação "El Patrón", deflagrada no dia 7 de dezembro de 2023. As investigações apontaram ainda que os policiais integram o braço armado do grupo miliciano, sendo responsĂĄveis pela segurança das atividades ilĂcitas desenvolvidas pelo grupo criminoso, além de ocultarem a propriedade de bens e dissimularem valores decorrentes de infrações penais. Além disso, apurações da Receita Federal revelaram inconsistĂȘncias fiscais dos investigados, movimentação financeira incompatĂvel, assim como a propriedade de bens móveis e imóveis não declarados e indĂcios de lavagem de dinheiro.
Participaram da operação cerca de 200 policiais federais e estaduais, além de 13 auditores-fiscais, analistas tributĂĄrios da Receita Federal e promotores de Justiça do Gaeco baiano. A investigação continuarĂĄ para apurar eventual participação de outras pessoas. Se condenados pelos crimes cometidos, os investigados poderão cumprir penas mĂĄximas que, somadas, podem ultrapassar 50 anos de reclusão.
Fonte: MinistĂ©rio PĂșblico da Bahia