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O Deus de Spinoza: uma crônica quase zen

João das Botas

Por Jorge Matos em 16/04/2024 às 07:34:21
Imagem: Freepik

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Numa tarde morna em Mar Grande, Bahia, enquanto procrastinava minhas 'obrigações mundanas', decidi me aventurar pela teia intricada das ideias de Benedictus Spinoza, o filósofo que trouxe uma brisa de racionalidade à tempestade das divindades. Mas antes de mergulharmos no oceano das suas ideias, vamos conhecer um pouco sobre esse enigmático filósofo.

Spinoza, nascido no século XVII em Amsterdam, era tão enigmático que até mesmo os pássaros cantavam suas teorias em tom de mistério. Desde jovem, ele era conhecido por sua aversão às convenções religiosas da época. Afinal, quem precisa de normas quando se pode mergulhar nas profundezas do pensamento?

A vida de Spinoza foi como uma aventura intelectual, onde ele desafiava as convenções e desvendava os segredos do universo com a mesma facilidade que um mestre cuca desvenda a receita de um bolo de cenoura. Ele via Deus como a natureza em si mesma, uma entidade que não se importava com nossos pedidos de última hora ou nossos dilemas existenciais às 3 da manhã.

Mas então, o que diabos (ou melhor, o que divinos) é o Deus de Spinoza? Bem, imagina um ser cósmico que é como o universo, uma espécie de megaconjunto de tudo o que existe, sem julgamentos ou intervenções. É tipo o amigo zen que está sempre lá, mas nunca te pressiona para nada.

Digamos que você é um pobre mortal que está tentando entender o sentido da vida enquanto come um sanduíche de queijo. Para Spinoza, o sentido da vida era simplesmente viver em harmonia com a natureza, entender suas leis e agir de acordo com elas. É quase como seguir a receita do bolo, mas em vez de farinha e ovos, você está lidando com ética e conhecimento.

Então, enquanto divagava sobre essas ideias, me vi rindo sozinho. Afinal, pensar em Deus como uma espécie de superorganismo cósmico é tão absurdo que chega a ser genial. Spinoza, com toda sua seriedade filosófica, nos presenteou com uma visão de mundo onde podemos ser livres para pensar, questionar e, acima de tudo, apreciar o absurdo maravilhoso que é a vida.

Absolutamente absurdo, porém, é pensar em Deus como um velhote usando camisolão plissado branco, sentado em uma nuvem a escolher quem vive e quem morre, qual time ganha hoje etc, enquanto cataloga em ordem alfabética os pedidos dos idiotas terráqueos.

E assim, cara leitora e caro leitor, encerro esta crônica com um sorriso nos lábios e um aceno para o universo, sabendo que, mesmo que ele não se importe com minhas pequenas preocupações, ainda posso me maravilhar com sua grandiosidade. Talvez, afinal de contas, Spinoza estava certo: a sabedoria está em abraçar o mistério e dançar ao ritmo do cosmos.

Parto para o Cantinho da Taís, onde, com certeza, encontrarei um cervejinha estupidamente gelada. Até mais...


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