Parte de um saber tradicional consagrado na cultura popular brasileira, o Ofício das Baianas de Acarajé foi tema da oficina "Preparo ritualizado do acarajé e outros quitutes", promovida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) nesta segunda-feira (20). O encontro aconteceu no Quilombo Aquilah , em Jacarepaguá (RJ).
Durante o evento, ministrado pelas baianas Val e Mãe Ana, os participantes tiveram a oportunidade de aprender, na prática, sobre a preparação do acarajé, desde a escolha dos ingredientes até a fritura do bolinho de feijão-fradinho no azeite de dendê. As baianas compartilharam suas técnicas e histórias, destacando a importância do respeito às tradições que foram passadas entre várias gerações.
Além do acarajé, a oficina também abordou a preparação de outro quitute clássico dos tabuleiros das baianas: o bolinho de estudante. O doce é feito de massa de tapioca frita, com coco, açúcar e canela. Junto a pratos como o vatapá e o abará, estes quitutes simbolizam os ritos do universo cultural afro-brasileiro.
Para Hosania Nascimento, coordenadora executiva do Quilombo Aquilah , a oficina ministrada por matriarcas do ofício é importante para transmitir os saberes da história e do preparo tradicional de um prato ancestral como o acarajé.
Segundo o técnico da Superintendência do Iphan no Rio de Janeiro (Iphan-RJ), Marcell Machado, a oficina faz parte de um conjunto de ações que visam debater os saberes acerca da relação deste ofício com a cultura de matriz africana. Para o mês de junho, está previsto um evento sobre os significados do Ofício das Baianas de Acarajé como Patrimônio Cultural do Brasil, voltado para estudantes da r ede p ública de e nsino.
O Ofício das Baianas de Acarajé foi registrado pelo Iphan em 2005, no Livro de Registro dos Saberes. Seus elementos essenciais compreendem os rituais envolvidos na produção dos alimentos, no uso de indumentárias típicas, na arrumação do tabuleiro e na preparação do lugar onde as baianas se instalam.
Assessoria de Comunicação Iphan