O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, ressaltou a centralidade do Nordeste na estratégia de desenvolvimento nacional integrada, adotada pelo governo Lula. O tema foi abordado por ele durante o painel sobre emprego formal, geração de renda e inclusão social, no evento "A força do Nordeste na transformação social do país", promovido pelo Correio Braziliense.
A fala de Mello começou com uma contextualização sobre a histórica defasagem econômica do Nordeste em relação a outras regiões do Brasil, como Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Segundo ele, essa disparidade tem sido enfrentada com políticas específicas durante os governos do presidente Lula.
"O diferencial de crescimento da região Nordeste nos governos do presidente Lula, vis-à-vis às outras regiões do país, mostra a centralidade que o atual Governo Federal dá ao desenvolvimento dessa região", afirmou. A estratégia, conforme explicado, visa a promover um reequilíbrio federativo e explorar o potencial produtivo subutilizado do Nordeste.
Um dos principais pontos abordados foi o impacto do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) na região. Houve, na atual gestão, a ampliação da faixa de enquadramento e do valor de financiamento disponível para as famílias, resultando em um aumento significativo no acesso ao crédito rural no Nordeste. "Com isso, o Nordeste foi a região que mais ampliou seu acesso ao financiamento da agricultura familiar", explicou. A medida busca não apenas garantir a produção dos pequenos agricultores, mas também promover a mecanização e aumentar a produtividade no campo, reduzindo o trabalho manual.
Além do Pronaf, outro programa mencionado foi o Desenrola Pequenos Negócios, que facilita a renegociação de dívidas de micro e pequenos empresários. Segundo Mello, a região Nordeste é responsável por quase um quarto das renegociações de dívidas desse segmento no Brasil. "Nosso objetivo é incluir as dívidas dos Fundos Constitucionais nessa renegociação, para ampliar ainda mais o alcance do programa e facilitar o acesso a novas linhas de crédito", explicou. Ele destacou o programa Acredita, inspirado na experiência do Banco do Nordeste (BNB), como uma iniciativa bem-sucedida de microcrédito que pode transformar a vida das pessoas na região.
Outro ponto de destaque foi o potencial do Nordeste na área de energia renovável. A abundância de recursos naturais, como ventos e luz solar, torna a região propícia para a produção de energias renováveis, como o hidrogênio verde. "A indústria do futuro é a que se abastece de energia renovável", afirmou. Explicou que o hidrogênio verde, produzido a partir de energia renovável, representa uma grande oportunidade para o Brasil e, especialmente, para o Nordeste, tanto para exportação quanto para o desenvolvimento industrial local.
Mello também ressaltou a combinação de fatores que fazem do Nordeste uma região promissora para o desenvolvimento. Ele destacou a qualificação dos estudantes, o crescimento populacional e um parque industrial diversificado como elementos que potencializam a região. "Diversos estados da região têm mostrado avanços na qualidade da educação muito acima do restante do país, o que nos dá uma mão de obra qualificada e pronta para entrar no mercado de trabalho", afirmou.
Para concretizar as oportunidades que o Nordeste apresenta, ele enfatizou a importância das políticas públicas e investimentos. Mencionou o Fundo Clima, que financiará infraestrutura sustentável com taxas de juros baixas, e o programa de proteção cambial para investidores estrangeiros interessados em investir na infraestrutura e indústria sustentável do Brasil. "Certamente, a região Nordeste é propícia para esses investimentos, pois apresenta condições extraordinárias de retornos rápidos, uma localização estratégica e acesso à energia renovável", concluiu.
Os primeiros resultados dessa abordagem integrada, lembrou, já são visíveis, com o aumento do emprego formal e da renda média dos trabalhadores no Nordeste. A expectativa é de que, com o conjunto de políticas públicas, seja possível desenvolver ainda mais a região e integrá-la ao programa de desenvolvimento nacional, promovendo inclusão social e crescimento econômico sustentável.
Fonte: Agência Gov | Via Fazenda