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Lula quer adidos agrícolas em todos os países do BRICS, diz secretário da Agricultura

A presença de adidos fortalecerá o empenho brasileiro em abrir novos mercados

Por Jorge Matos em 29/06/2024 às 09:50:33
Foto / Ana Livia Esteves / Agência Sputnik

Foto / Ana Livia Esteves / Agência Sputnik

Representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária estão na Rússia para uma reunião do BRICS, na qual o Brasil quer consolidar as relações comerciais com os novos membros. A pedido de Lula, o Brasil enviará adidos agrícolas para todos os membros do grupo já em setembro, revelou o chefe da delegação brasileira à Sputnik Brasil.

Nesta sexta-feira (28), os ministros da Agricultura do BRICS se reúnem em Moscou, na Rússia, para debater o desenvolvimento do complexo agroindustrial e a segurança alimentar nos países do agrupamento. O Brasil estará representado por uma delegação chefiada pelo secretário adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Julio Ramos.

Durante o evento, as autoridades de países do BRICS estendido — compreendendo agora Brasil, China, Rússia, Índia, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Irã, Egito e Etiópia — debaterão os termos da Declaração Conjunta dos Ministros da Agricultura do BRICS de 2024.

A interação do Brasil com os novos membros é intensa, e, por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, adidos agrícolas serão enviados às embaixadas brasileiras em todos os países-membros do BRICS, revelou Ramos à Sputnik Brasil.

"Em setembro, o Brasil aumentará as suas adidâncias agrícolas para contemplar todos os países-membros do BRICS […]", disse Ramos. "A pedido do presidente Lula, vamos também instalar uma adidância agrícola em Adis Abeba [capital da Etiópia]

."Os adidos agrícolas são representantes do Ministério da Agricultura ou de outras representações públicas do ramo, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que trabalham nas embaixadas do Brasil ao redor do mundo para promover as exportações agrícolas brasileiras, fomentar a cooperação e atrair investimentos.

Segundo Ramos, a presença de adidos fortalecerá o empenho brasileiro em abrir novos mercados nos novos parceiros do BRICS, que são grandes consumidores de commodities agrícolas.

"Nestes 18 meses de gestão do presidente Lula e do ministro Carlos Fávaro [da Agricultura], nós já chegamos à abertura de 150 novos mercados, que é um recorde histórico", comemorou Ramos. "Já havíamos batido um recorde em 2023, com 78 novos mercados abertos. Em 2024, com praticamente sete meses de trabalho, já estamos em 72, então a expectativa é que vamos bater o nosso próprio recorde."


Entre os países do BRICS, o secretário adjunto nota a abertura do mercado de pescados brasileiros, para China, África do Sul e Egito. Apesar de a competitividade do agronegócio brasileiro ser conhecida, barreiras sanitárias e fitossanitárias normalmente impedem a livre exportação de alimentos do Brasil para o mercado internacional. Nesse sentido, o Brasil tem interesse em harmonizar padrões sanitários com suas partes no grupo, criando leis comuns que facilitem o comércio de bens agrícolas.

"Nós buscamos criar condições para que sejam feitos certificados [sanitários] únicos entre os países, e acho isso importantíssimo", disse Ramos. "Os países do BRICS não querem só olhar a questão do preço, mas também a qualidade e a segurança de tudo o que é comprado e vendido."

O Ministério da Agricultura e Pecuária trabalha para obter resultados concretos das atividades do BRICS, a exemplo dos financiamentos concedidos ao Brasil pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como banco do BRICS, atualmente presidido pela ex-presidenta brasileira Dilma Rousseff.

Em maio, o banco do BRICS aprovou um financiamento de US$ 100 milhões para a reconstrução da infraestrutura agrícola do estado do Rio Grande do Sul, em cerimônia que contou com a presença do ministro da Agricultura brasileiro, Carlos Fávaro

"O trabalho de reconstrução do Rio Grande do Sul será holístico e passará por muitas áreas, com papel fundamental para a agricultura", acredita Ramos. "Nós levamos à presidenta Dilma o nosso programa de recuperação de pastagens, que visa recuperar 40 milhões de hectares, uma área que compreende o tamanho da França."

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Fonte: Agência Sputnik

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