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Impossível não se apaixonar por Maragogipe

Não deixe de aproveitar as moquecas do Apolonio, no cais do Cajá

Por Jorge Matos em 07/07/2023 às 13:06:57

São Bartolomeu, o santo de agosto protege Maragogipe, linda cidade do Recôncavo Baiano, nas margens do Rio Paraguaçu, quase na Baía de Todos os Santos, onde o maior rio genuinamente baiano desagua. Bartolomeu é o santo padroeiro dessa cidade chamada "patriótica" pelo imperador Pedro II que a visitou, com a imperatriz, em 1859, hospedando-se em seu paço, uma peça arquitetônica de 1728. A patriótica Maragogipe lutou pela Independência da Bahia como Cachoeira (heróica) e Santo Amaro (leal e benemérita). Tombada pelo Patrimônio Históriuco e Artístico Nacional, a matriz de São Bartolomeu data de 1650. Seus altares são revestidos em ouro, possui duas torres e bela fachada.

Maragogipe (ou Maragojipe*, tanto faz) é um município localizado no Recôncavo da Bahia, a cerca de 130 km de Salvador. Sua população, segundo o IBGE, é de 35.859, possui uma extensão territorial de 437.610 km² e faz divisa com São Felipe, Cruz das Almas, São Félix, Salinas da Margarida e Nazaré. O município possui seis distritos: São Roque do Paraguaçu, Nagé, Coqueiros, Guaí, Guapira e Sede. O aniversário de Maragogipe é em 8 de maio, data que celebra a elevação à categoria de cidade.

Cidade festeira


Foto: Secult/BA

Não seria exagero dizer que Maragogipe é a cidade mais festeira da Bahia e, talvez, do Brasil. Seu Carnaval é reconhecido como Patrimônio Imaterial da Bahia pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado (IPAC), desde 2009. É um Carnaval "das antigas", com destaque para as marchinhas entoadas por orquestras de sopro e percussão tocadas pelas centenárias filarmônicas Terpsícore Popular e Dois de Julho. Mas as máscaras e fantasias são os símbolos principais da festa que tem origem nos entrudos europeus, comparando-se ao Carnaval de Veneza, e acrescido pela alegria contagiante do povo baiano.

A Festa Junina tradicional de Maragojipe é forte, emana do seu povo festeiro e hospitaleiro que mantém viva suas tradições. São celebradas as Trezenas em louvor a Santo Antônio nas igrejas de todo o município. O Forró do Cais é a principal festa de largo da cidade no São João. O São Pedro também é celebrado com muita festa no distrito de Guapira.

A Festa de São Bartolomeu, padroeiro da cidade, acontece durante todo o mês de agosto. Além do Pregão de Abertura que acontece no primeiro sábado de Julho, o festejo conta com um mês inteiro repleto de festas e celebrações religiosas. A festa é dividida em profrana e religiosa e vai do bando anunciador, lavagem popular e shows ao novenário, missas, lavagem da igreja e procissão.

Foto: Setur/BA

Imperdível, também, é a Regata de Saveiros Aratu/Maragogipe. A regata nasceu no ano de 1969 com a denominação de "Regata de São Bartolomeu", em homenagem ao Santo padroeiro da cidade. Nas primeiras edições do evento a grande maioria das embarcações participantes era composta pelos tradicionais saveiros, muito comuns e numerosos na época. Decorridos os anos, os modernos Veleiros de Oceano passaram a ser os protagonistas, distribuídos em mais de vinte classes. Os tradicionais "Saveiros de Vela de Içar", hoje em extinção, também dão grande beleza ao evento.

Foto: Reprodução

Arquitetura

Cidade de magníficas belezas naturais, com uma topografia bastante acidentada, Maragojipe possui, também, uma expressiva estrutura arquitetônica que remonta ao período colonial. A Igreja Matriz de São Bartolomeu, a Casa de Câmara e Cadeia, atual Câmara de Vereadores e o prédio do Fórum, são algumas das edificações mais antigas e belas da cidade. No paço, onde funcionou a prefeitura, esteve preso, numa cela do pavimento térreo o general Labatut, expoente da guerra de libertação 1822-1823. Ruas enladeiradas, solares antigos, sobradões. Uns com a pátina secular do tempo, outros revestidos de azulejos coloniais.

Gastronomia

Foto: FreePik

O dendê e o marisco são os principais ingredientes da culinária maragojipana, que aproveita a vantagem de ter um vasto manguezal e, consequentemente, variados e saborosos frutos do mar. Além disso, a carne de fumeiro produzida no município tem grande destaque, com produção de origem centenária e sua farinha de mandioca é reconhecida como das melhores do Estado. Recomendamos a moqueca de robalo do restaurante Apolônio, que fica na praça em frente ao cais. Outros pratos deliciosos: moquecas de sarnambi, ostras, mapé, arraia...

Músicalidade

O Samba de Roda é uma das mais antigas tradições musicais de Maragojipe, o qual tem origem no século XIX. Tradição passada de pai para filho, no município, há diversos grupos que se apresentam por todo o Estado. Além disso, as centenárias filarmônicas Terpsícore Popular e Dois de Julho também fazem parte da cultura musical do município.

Artesanato

Maragojipe é considerado um dos maiores centros de produção artesanal de cerâmica do Brasil. O maior pólo de fabricação está localizado no distrito de Coqueiros, em que há décadas a tradição da cerâmica é passada de geração em geração.Belezas naturais

Belezas naturais

O município é muito rico em recursos naturais com paisagens exuberantes, o que oferece atrativos para o turismo ecológico, rural e náutico. Localizado ao fundo da Baía de Todos os Santos e mais precisamente situado no ponto de encontro do Rio Paraguaçu com o Rio Guaí, apresenta condições excelentes para a pesca desportiva, além de passeios náuticos.

*Segundo as normas ortográficas vigentes da língua portuguesa, este topônimo deveria ser grafado como Maragogipe. Apesar de prescrever-se o uso da letra "j" para palavras de origem tupi, prevalece o seu nome histórico com "g" pelo principal motivo de ser nome próprio e por na sua carta de elevação, tanto de vila, quanto de cidade, estar escrita com "g" (Wikipédia)

Fonte: Redação, com informações da Revista Viver Bahia, Prefeitura de Maragogipe e Silvio 'Ataliba'.

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