Dileto amigo, a quem eu tenho uma considerável admiração, e por este motivo me abstenho de citar o nome, me perguntou já faz um bom tempo, por que eu "odeio Bolsonaro". Me comprometi a responder, com os devidos argumentos, aqui neste espaço. Passo, tardiamente, a cumprir a promessa, mas antes, um esclarecimento: eu não 'odeio' ninguém. Odiar é um verbo que não incorporei à minha relação de sentimentos. Mais correto seria dizer "porque eu não gosto de Bolsonaro". Vamos à resposta:
No início da sua campanha à presidência da República, Bolsonaro se apresentava como um candidato "não político", depois de frequentar a política por mais de 20 anos. Inclusive colocando filhos para se lambuzarem na lama da política. Durante a campanha, por várias vezes, falou em "matar", "exterminar" e "metralhar" os adversários. Não gosto de quem prega a violência para atingir seus objetivos.
Várias vezes demonstrou ser misógino (tem horror às mulheres), homofóbico (odeia homosexuais), xenofóbico (é intolerante a nordestinos) dentre outras "virtudes".
Seu comportamento negacionista frente à Covid-19 foi responsável pela morte de centenas de milhares de pessoas. E olhe que ele falava em matar "apenas" 30 mil.
Foi incompetente na administração da economia do País, nomeando um canalha (e incompetente) como ministro da pasta. O resultado? Desemprego em alta, níveis salariais em queda, setor industrial rumo à falência etc.
Preguiçoso, Bolsonaro preferia as motociatas a ter que governar. Para tal (governar), cercou-se dos mais despreparados "amigos" como, por exemplo, os vários ministros da saúde (em especial o general Eduardo Pazuello).
Por falar em 'general', Bolsonaro, já visando dar um golpe de Estado no final do governo, nomeou, além do Pazuello, Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos, Paulo Sérgio Nogueira e o vice, Mourão, todos generais e todos golpistas fracassados.
Bolsonaro é ladrão, tendo se apropriado de joias que, por força de Lei, deveriam ter sido incorporadas ao patrimônio da União.
Bolsonaro acumula indícios de envolvimento com milicianos e com traficantes de drogas (haja vista o tráfico de cocaína em avião da comitiva presidencial pelo sargento da FAB, Manoel da Silva Rodrigues).
O Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal no governo Bolsonaro, Silvinei Vasques, foi acusado (e preso) por impedir eleitores nordestinos de votar na eleição presidencial.
A Polícia Federal foi aparelhada e para isso, teve que exonerar o ex-excrementíssimo juiz Sérgio Moro.
Por tudo isso, e por considerar a figura do Bolsonaro execrável (imexível, imbroxável, idiota) é que repito: não gosto do Bolsonaro!