O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião com assessores no Palácio da Alvorada, em Brasília, na manhã deste domingo (8), para discutir a situação na Venezuela após o opositor venezuelano Edmundo González Urrutia fugir para a Espanha, onde recebeu asilo político.
Segundo informações da CNN Brasil, outro tema discutido na reunião foi a participação do Brasil na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que ocorre entre os dias 10 e 28 de setembro, em Nova York.
Participaram da reunião a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura da Rocha, e Audo Faleiro, diplomata que atua junto ao assessor para assuntos internacionais do governo Lula, Celso Amorim.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, não participou da reunião por estar em viagem oficial no Oriente Médio. Após passar pelo Omã, ele está a caminho da Arábia Saudita, onde acompanhará uma reunião do Conselho de Cooperação do Golfo.
Já Amorim tem compromisso na Rússia, onde participará da reunião dos altos representantes responsáveis pela segurança dos países do BRICS.
A situação entre Brasil e Venezuela vem escalando desde o final das eleições no país vizinho. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Nicolás Maduro, atual presidente, vencedor das eleições de 28 de julho, com 52% dos votos, mas o resultado passou a ser contestado. O Brasil, assim como a Colômbia e o México, pediu ao governo venezuelano que publicasse os resultados completos da votação.
Ademais, o governo brasileiro assumiu a custódia da embaixada da Argentina em Caracas em 31 de julho, quando decidiu defender os interesses diplomáticos de sete países que contestaram o resultado das eleições na Venezuela, entre eles, a Argentina.
No sábado (7), o governo venezuelano decidiu revogar a custódia que o Brasil exercia na embaixada, bem como a representação de todos os interesses do governo argentino na Venezuela.
O Brasil, por sua vez, informou que vai manter a custódia da embaixada até que o governo argentino indique outro Estado para representar seus interesses.
Neste domingo, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou, em coletiva replicada pelo jornal venezuelano El Universal, que o Ministério Público venezuelano acompanhou as tratativas referentes ao pedido de asilo do opositor Edmundo González ao governo da Espanha.
Ele frisou que "os governos de Espanha e Venezuela concordaram em conceder salvo-conduto ao cidadão" para que saísse do território venezuelano e se refugiasse na Espanha.
"Fomos informados do pedido de asilo por ele [González] apresentado, no âmbito do direito internacional dos direitos humanos e das relações diplomáticas entre os Estados", disse Saab.
Ele acrescentou que González tem um mandado de prisão em aberto por não comparecer repetidas vezes a convocações do Ministério Público para prestar depoimento.
"A fuga de Edmundo González é uma clara tentativa de escapar da Justiça venezuelana", disse Saab, afirmando que o pedido de asilo não isenta González de suas responsabilidades jurídicas na Venezuela.
Fonte: Agência Sputnik