As fábricas brasileiras de semicondutores estão se estruturando para entrar nas cadeias globais de tecnologia de ponta, com a expectativa de exportar chips 'made in Brazil' a alguns dos principais mercados mundiais, entre eles Estados Unidos e Europa.
Durante evento com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, no Palácio do Planalto, a Abisemi (associação que reúne as indústrias de semicondutores) anunciou investimentos de R$ 24,8 bilhões em pesquisa e desenvolvimento, aumento da capacidade produtiva e expansão de fábricas.
Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a soma desses investimentos e dos recursos alocados pelo setor público injetará R$ 186,6 bilhões no setor, até 2035. "Hoje, na cerimônia da Nova Indústria Brasil, anunciamos investimentos públicos e privados de R$ 186,6 bilhões em setores da indústria digital, até 2035. O PIB da economia digital brasileira gira em torno de 10%, e podemos fazer mais. Esse é um passo importante para o país", escreveu Lula nas redes sociais.
"Um dos objetivos centrais da Nova Indústria Brasil (NIB) é aumentar a competitividade das nossas empresas e alavancar as exportações brasileiras de alto valor agregado, e, aqui, nós estamos falando de um setor alta tecnologia, com capacidade não só de produzir e exportar, mas também de atrair parcerias e investimentos externos", destacou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin.
Durante a cerimônia, o presidente Lula sancionou a Lei que cria o programa Brasil Semicon e atualiza o Padis (Programa de Apoio aos Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores), ações que a Abisemi considera determinantes paras as decisões de investimentos. A Lei prevê incentivos de R$ 7 bi ao ano, incluindo, além de chips, estímulo à produção painéis solares e eletroeletrônicos.
"A NIB não só vai atuar no desenvolvimento das indústrias locais, como também permite a atração de novos investimentos, o investimento internacional, novas parcerias entre empresas locais e empresas internacionais. Agora, com a estabilidade desse setor, será estimulado um plano de longo prazo e com as metas estabelecidas pelo governo", diz Rogério Nunes, presidente da Abisemi (Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores). De acordo com ele, o setor de semicondutores é o segundo maior investidor em pesquisa e desenvolvimento e em capacidade produtiva, perdendo apenas para óleo e gás. "Não será diferente no Brasil", afirma.
NIB – Missão 4
A sanção da lei e os anúncios empresariais fizeram parte do evento que detalhou as metas, as prioridades e os investimentos públicos da Missão 4 da NIB – que busca fazer com que o Brasil avance em áreas como internet das coisas, inteligência artificial e Big Data.
O objetivo da Missão 4 é impulsionar a transformação digital no país, com ações voltadas à fabricação de chips e robôs, instalação de datacenters e computação em nuvem, otimização de processos industriais, telecomunicações, eletromobilidade, desenvolvimento de softwares e implantação de redes de infraestrutura, entre outras áreas intensivas de tecnologia.
O total de investimentos privados a serem anunciados hoje, incluindo o setor de eletroeletrônica, somaram R$ 85,7 bi.
Setor afirma que política do governo é "precisa"
A sanção da lei de tecnologias da informação e da comunicação é um marco para o Brasil. A legislação de estímulo ao desenvolvimento tecnológico não apenas abre portas para a transformação digital, na avaliação da presidente da associação de empresas que representa o setor de pesquisa e desenvolvimento – P&D Brasil –, Rosilda Prates. "Também estabelece as bases para um ambiente mais propício ao investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação", disse Rosilda, dirigindo a palavra ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Suas ações têm sido precisas, e fundamentais para o avanço do nosso país no campo da tecnologia", afirmou a economista, .
A executiva é uma das autoridade do setor privado que compareceu à cerimônia "Nova Indústria Brasil - Missão 4: Indústria e Revolução Digital", na manhã desta quinta-feira (11/7), no Palácio do Planalto, em Brasília. Também uma voz do setor dentro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, da Presidência da República, Rosilda Prates ressalta: "Estamos dando um passo crucial para nos consolidarmos como uma potência tecnológica, valorizando as empresas aqui que produzem e desenvolvem tecnologia. No Brasil. É um sinal claro de seu compromisso com a transformação digital, com o futuro do nosso país, criando um ambiente onde as empresas podem planejar seus investimentos de longo prazo. Inovar e atuar de forma mais competitiva, como as empresas das nações mais desenvolvidas".
Fonte: Agência Gov