O Ministério da Fazenda divulgou na terça (3) uma análise sobre o resultado do PIB no terceiro trimestre de 2024. Segundo a publicação, o crescimento de 0,9% é o quarto maior entre os países do G20, empatando com a taxa registrada pela China e ultrapassando os Estados Unidos, que ficou em 0,7%.
A Fazenda sinaliza que o PIB deve crescer acima de 3,3% este ano, previsto inicialmente pelo próprio ministério. A nota destaca também a forte expansão dos investimentos em máquinas e equipamentos, a chamada Formação Bruta de Capital Fixo. Quando as empresas investem em capital fixo, sinalizam esperar expansão futura.
"A formação bruta de capital fixo cresceu 10,8% no terceiro trimestre, após expansão de 5,7% no segundo trimestre. O maior ritmo de crescimento interanual está relacionado à expansão da construção e ao aumento na produção e importação de bens de capital. O bom desempenho das captações no mercado de capitais e o mercado de trabalho aquecido tem impulsionado a expansão dos investimentos, até o terceiro trimestre pouco afetados pelo aumento nas taxas de juros", analisa a nota da Fazenda.
O ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) continuou robusto no terceiro trimestre. O aumento de 0,9% é superior à projeção do Boletim Macrofiscal de novembro do Ministério da Fazenda, quando ainda não estavam disponíveis indicadores que mostraram aceleração da atividade. Esse fortalecimento deverá levar à revisão para cima da estimativa para o PIB brasileiro de 2024, atualmente em 3,3%, repercutindo perspectivas de maior crescimento para a indústria e para os serviços. As informações constam em Nota Informativa da Secretaria de Política Econômica (SPE) divulgada nesta terça-feira (3/12).
Segundo o documento, os resultados do PIB no terceiro trimestre "mostraram que a economia brasileira seguiu em ritmo robusto de expansão mesmo com menores impulsos fiscais". O principal motivo do crescimento, de acordo com a nota da SPE, foi o bom desempenho da indústria de transformação e construção e o crescimento na prestação de serviços diversos, o que se refletiu, do ponto de vista da demanda, "em forte expansão do consumo das famílias e, principalmente, do investimento".
A atividade econômica deve continuar a crescer no próximo trimestre, embora com desaceleração na margem, aponta o documento. A política monetária mais contracionista deverá restringir o ritmo de expansão das concessões de crédito e dos investimentos, mas, apesar disso, são esperados "impulsos positivos" do mercado de trabalho, "que deverá seguir resiliente, estimulando a produção e o consumo das famílias". A nota informativa destaca, para 2025, "a boa perspectiva para setores menos cíclicos, como a agropecuária e a produção extrativa". Na análise da SPE, o bom desempenho dessas atividades deve ajudar a mitigar a desaceleração esperada para as atividades cíclicas, mais impactadas pelo aumento dos juros e pelos menores estímulos fiscais.
Comparação trimestral
O crescimento do PIB em 0,9% na comparação trimestral com ajuste sazonal, divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), veio acima da mediana das previsões de mercado (0,8%) e em linha com a projeção atualizada da SPE (0,9%). Em comparação às expectativas da SPE para o resultado na margem, ocorreu queda mais acentuada da atividade agropecuária e menor expansão da indústria, em consequência, sobretudo, do recuo na produção extrativa e da construção, ao contrário do esperado. Conforme a nota informativa, o resultado para o setor de serviços "surpreendeu positivamente, influenciado pelo forte desempenho de outras atividades de serviços".
Fonte: Agência Gov