Em cerimônia na manhã desta sexta (14), em Sorocaba (SP), quando foram entregues 789 novas ambulâncias do Samu, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que a prioridade de seu governo são as "pessoas mais humildes", e que por isso são investidos anualmente R$ 300 bilhões anuais do orçamento federal para desenvolver e aplicar políticas públicas. Lula disse também que parte das críticas a seu governo vem da cobiça de setores mais abastados e minoritários da sociedade.
"Quem precisa do Estado são as pessoas mais humildes. E é por isso que a gente investe mais de R$ 300 bilhões por ano para cuidar das pessoas mais humildes. Isso significa 80% das pessoas. E tem gente que pode ficar nervosa: 'Se o Lula não gastasse R$ 300 bilhões por ano [com os mais humildes], sobrava para nós'", disse Lula. "É isso."
Um pouco antes, ao fazer referência ao programa Brasil Sorridente, que oferece tratamento dentário no SUS, Lula argumentou: "Para quê serve ser presidente da República se não tiver responsabilidade para cuidar que a pessoa tenha direito a ter a boca completa de dentes?"
O presidente ainda discorreu sobre os efeitos de políticas públicas e do papel do Estado sobre o desenvolvimento econômico. Lula destacou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com R$ 1,7 trilhão de investimentos, e o programa Nova Indústria Brasil (NIB) são exemplos de iniciativas governamentais que estão mantendo o Brasil na rota do crescimento econômico. "Por isso a economia está crescendo", sentenciou.
Lula afirmou que no próximo dia 18 de março pretende estar de volta a Sorocaba, em visita à fábrica da Toyota, para anunciar o envio do projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Sobre a entrega das novas ambulâncias do Samu, ele recordou que o programa foi criado pelo seu primeiro governo, em 2003, e que antes disso as populações da maioria das cidades brasileiras dependiam de veículos que eram cedidos por autoridades políticas locais, e não como parte de uma política pública estruturada.
Alimentos e indústria
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, também discursou. Ele destacou a isenção tributária sobre a importação de alimentos, que entrou em vigor nesta sexta. Ele disse acreditar que a medida terá efeito para reduzir o preço dos alimentos no País. Depois dele, Lula diria ainda ao público presente que o preço da carne vai abaixar e que as pessoas poderão voltar a comer picanha.
Alckmin, ao fazer referência à empresa Flash, que fez a adaptação das vans do Samu, disse que as políticas governamentais de estímulo ao investimento em tecnologia e produção fizeram o setor industrial crescer 3,8% em 2024, mais até que o conjunto da economia. "Só Sorocaba atingiu 49 mil metalúrgicos com carteira assinada. É a Nova Indústria Brasil recuperando o setor. A indústria automotiva cresceu mais de 10%. Aliás, a Flash passou a exportar ambulâncias para países da América Latina", disse.
Mais que uma simples ambulância
Em sua primeira agenda fora de Brasília como novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha ressaltou que o Samu é um programa criado por Lula em 2003, e que representa mais do que um simples transporte de doentes. "Estamos entregando quase 800 ambulâncias. É o maior investimento da história", disse.
"Entregar o Samu não é só entregar ambulância. O Samu mudou o padrão. É a construção de um serviço para as pessoas, um serviço que começa na ligação telefônica, que um profissional especializado vai atender, e depois escolher qual a melhor ambulância para aquela emergência, e depois ligar para os hospitais para identificar onde o paciente será atendido", disse Padilha.
Padilha disse ainda que nenhuma ambulância de suporte avançado - o modelo mais sofisticado, conhecido como UTI móvel - era adquirida desde 2018. E que o serviço do Samu conta agora com o medicamento trombolítico, usado para salvar vidas de quem esteja sofrendo um infarto.
O ministro da Saúde afirmou que o aprendizado acumulado no Samu tem sido usado para novos desafios. "Este aprendizado está sendo aplicado para reduzir o tempo de espera no SUS", disse. Padilha anunciou que novas entregas serão realizadas até o final deste ano. Segundo ele, outras 390 unidades do Samu já "estão quase prontas" e, ao final de 2026, a renovação da frota e a chegada de ambulâncias aonde ainda não existem somará 2,3 mil veículos, término do atual mandato.
Padilha exortou os prefeitos e prefeitas a inscreverem os pedidos de unidades Samu até o próximo dia 31 de março, no portal do PAC Seleções.
A cerimônia desta sexta-feira contou com a presença de deputados e deputadas paulistas, de prefeitos de diferentes regiões do País, de lideranças sindicais e de trabalhadores e trabalhadoras da Flash, empresa que adaptou as vans para se tornarem ambulâncias do Samu.
Agência Gov