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Petrobras

Prates: Petrobras não precisa da paridade internacional de preços para ter lucro

Em audiência pública, presidente da empresa afirma que nova política para preços de combustíveis passou no teste


Foto: Alessandro Dantas /; PT no Senado

"A missão é reorganizar a Petrobras e trazê-la para a nova dimensão da energia renovável." A afirmação foi feita nesta quarta-feira (16/8) pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante audiência pública para tratar do plano de atuação da empresa e da estruturação da política de preços e abastecimento de petróleo e combustíveis no país.

Jean Paul criticou a Política de Paridade de Importação (PPI), adotada pelo governo Temer e mantida pela gestão Bolsonaro, por fazer a população pagar um preço pelo combustível completamente deslocado da realidade de um país autossuficiente como o Brasil.

Ele ainda explicou que a petrolífera não precisa praticar o PPI para ter lucro e que os reajustes praticados na véspera estão em linha com a sustentabilidade financeira da empresa.

"Se o PPI estivesse em vigor, a mudança no preço do diesel ontem seria de R$ 1,10. Foi de R$ 0,78. O PPI é para quem precisa importar combustível. Nós não precisamos", disse aos senadores das comissões de Infraestrutura (CI) e Desenvolvimento Regional (CDR).

No lugar do PPI, Prates explicou que a Petrobras utiliza, atualmente, uma metodologia complexa que envolve a aplicação de 40 mil variáveis, com equações, programações e segmentos diferentes. O modelo, de acordo com o presidente da Petrobras, foi desenvolvido há décadas e leva em consideração as peculiaridades de cada região e cliente para definir os valores.

A opção pelo PPI pelos governos Temer e Bolsonaro, e o abandono da ferramenta, foi uma escolha "preguiçosa" para a definição de preços dos combustíveis no país, avalia Prates.

"O PPI é a maior estupidez que um país pode praticar não sendo importador, sendo autossuficiente em petróleo", disse o presidente da Petrobras, ao afirmar que o PPI interessava apenas aos importadores de combustíveis.

Nova política garante maior estabilidade para os preços

Apesar da "volatilidade intensa" sofrida pelo mercado de combustíveis nos meses de junho e julho, Jean Paul Prates foi categórico ao afirmar que a nova política adotada pelo governo Lula "passou no teste" ao absorver as oscilações sem alterar constantemente o preço da gasolina e do diesel para o consumidor.

"Quando foi decretado o PPI, em 2017, o ano teve 118 reajustes de preços. Quem é que vive com isso? O cara fazia o preço do frete de Rondônia para o Rio Grande do Sul e o preço do combustível mudava duas vezes no meio do caminho. Essa lógica do PPI não deu certo e não dá certo em nenhum país que seja autossuficiente no petróleo", explicou.

A nova fórmula para definição de preços permite, de acordo com o presidente da Petrobras, que o valor permaneça dentro de um túnel que serve para definir um preço entre o valor marginal e o custo alternativo do cliente. Assim, a companhia fica livre das oscilações do mercado internacional sem que isso acarrete prejuízos.

Petróleo na Foz do Amazonas

Questionado por diversos parlamentares acerca da possibilidade de a Petrobras vir a explorar petróleo na chamada Margem Equatorial, que abrange a foz do Rio Amazonas, Jean Paul Prates disse ter havido uma "exacerbação" com o tema e explicou o fato de já haver exploração de petróleo na região amazônica.

"Já existe isso. Já escoa petróleo pelo rio Amazonas todos os dias, chegando na refinaria de Manaus. E essa exploração é a menos ofensiva de todas. O potencial de dano dessa exploração específica é a que tem menos potencial de causar danos e a que tem mais condições de render receitas governamentais e para a população local", detalhou.

O presidente da Petrobras ainda explicou que, no momento, a intenção da empresa é realizar testes, e não iniciar uma produção. Além disso, aponta Jean Paul, a petrolífera não tem histórico de vazamentos de petróleo durante da fase de exploração, quando poços são furados apenas para fim de testes e pesquisas.

PT no Senado

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