O cangaço foi um movimento social e banditismo armado que ocorreu no Nordeste do Brasil no início do século XX. Um dos líderes mais notórios desse período foi Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião. Nascido em 1898, Lampião liderou um bando de cangaceiros e ganhou fama pela sua destemida resistência aos poderes constituídos.
Lampião e seu bando percorreram os estados nordestinos, desafiando as forças policiais e fazendeiros. Eles eram vistos como justiceiros por alguns e como criminosos por outros. Lampião se destacou pela estratégia militar, habilidade em combate e sua iconografia única, usando roupas de couro e chapéu de cangaceiro.
Sua trajetória violenta terminou em 1938, quando foi emboscado e morto pela polícia. Lampião deixou um legado ambíguo, sendo tanto herói quanto vilão na memória coletiva do Nordeste brasileiro, e sua figura continua a fascinar e intrigar até os dias de hoje.
Cangaceiros famosos
Além de Lampião, outros cangaceiros famosos incluem Maria Bonita, a única mulher conhecida a liderar um bando de cangaceiros. Ela se uniu a Lampião e se tornou uma figura lendária no Cangaço. Maria Bonita desafiou as normas de gênero da época e era admirada por sua coragem.
Corisco, cujo nome real era Cristino Gomes da Silva, foi um dos cangaceiros mais notórios ao lado de Lampião. Ele ganhou destaque como o "Diabo Loiro" devido ao seu cabelo loiro e ao seu temperamento feroz. Corisco era um dos tenentes de Lampião e desempenhou um papel importante na liderança do bando.
Junto com Corisco, Maria de Gomes de Oliveira, conhecida como Dadá, tornou-se uma figura emblemática do Cangaço. Ela se uniu ao bando de Lampião ainda jovem e teve um relacionamento amoroso com Corisco. Dadá era reconhecida por sua coragem e força, enfrentando os desafios do Cangaço ao lado dos cangaceiros.
Corisco e Dadá também participaram de várias ações e confrontos com as forças policiais e grupos inimigos do Cangaço. Como Lampião, eles foram perseguidos pelas autoridades, e a vida nas caatingas do Nordeste era marcada pela violência, fugas e emboscadas.
O legado de Corisco e Dadá é parte integral da história do Cangaço, representando as complexas relações e histórias de indivíduos que aderiram a esse movimento e desafiaram as normas sociais da época. Suas vidas e feitos continuam a ser estudados e lembrados na cultura nordestina.
Mossoró
Um dos episódios marcantes do Cangaço foi o cerco à cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, em 1927. Lampião e seu bando tentaram invadir a cidade, mas a população resistiu bravamente, repelindo o ataque e defendendo-se com barricadas improvisadas. Esse evento reforçou a resistência popular contra os cangaceiros e simbolizou a determinação das comunidades em resistir aos ataques.
O Cangaço, em geral, representou um período de conflito e injustiça social no Nordeste brasileiro, mas também de resistência e mitificação de figuras como Lampião e Maria Bonita. Suas histórias são parte integral do folclore nordestino e do imaginário cultural do Brasil.
Obs.: Se você se interessa pelo cangaço, sugerimos a leitura do livro "O Mundo Estranho dos Cangaceiros" do pesquisador Estácio de Lima e "Lampião na Bahia", do pesquisador Oleone Coelho Fontes.
Redação