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E "Beto Cagão" virou "Beto Expelidor"

Uma crônica de terror. Pede-se discernimento dos leitores, das leitoras, de quem ouvir falar etc

Por Jorge Matos em 04/11/2023 às 15:32:49
Foto: Freepik

Foto: Freepik

O editor do Portal Hoje Bahia, cujo nome me recuso a pronunciar, me desafia a escrever uma crônica com o tema de terror. Ora bolas, eu nem gosto desse negócio de terror. Pra dizer a verdade, eu tenho medo mesmo. Me lembro do nosso amigo de infância, Beto, que a turma chamava de Beto Cagão. Não gosto muito, aliás não gosto nada de apelidos pejorativos e, indagando o motivo do de Beto, fui informado que ele "se sujou" no antigo cinema Pax, que ficava na Baixa dos Sapateiros, em Salvador. O motivo? Uma cena assustadora do filme "Drácula". Ciente do que aconteceu com Beto, para não chamá-lo de "Cagão", passei a me referir a ele como "Beto Expelidor". Dessa forma, fico com a consciência limpa.

Mas, como eu dizia, o editor quer uma crônica de terror? Pois terá sua crônica. Vamos a ela:

Era uma noite escura e chuvosa, perfeita para a lua de mel de Maria e João, que decidiram alugar uma antiga casa de campo no meio da floresta. Enquanto caminhavam pela sala, Maria olhou para João e disse, com um sorriso nervoso:

Maria: "Amor, essa casa é tão antiga, parece que guarda segredos assustadores."

João: "Relaxa, querida, é só sua imaginação. Não acredito em fantasmas."

Eles jantaram à luz de velas, (acho que a Coelba havia cortado a luz) rindo e brindando ao início de sua vida juntos. Quando se preparavam para ir para a cama, ouviram um barulho misterioso vindo do sótão.

Aqui faço um parêntese: vocês já repararam que as bobagens cinematográficas sempre acontecem nos momentos mais sacanas? Eu não ia perder a oportunidade, né?

Maria: "O que foi isso, João? Acho que tem algo lá em cima."

Outro parêntese: "algo lá em cima", na lua de mel, diria Nelson Rodrigues, é óbvio ululante. Voltemos:

João: "Deve ser só um gato, nada para se preocupar."

Decidiram investigar. Subiram as escadas e, ao chegarem ao sótão empoeirado, viram uma velha caixa coberta de teias de aranha.

Maria: "João, olha o que encontrei!"

Ao abrirem a caixa, encontraram bonecos antigos e macabros.

João: "Que coisa estranha, são bonecos assustadores!"

Nesse momento, os bonecos começaram a mexer seus olhos e sussurrar.

Boneco 1: "Vocês acham que podem passar a noite na nossa casa sem pagar um preço?"

Boneco 2: "Bem-vindos à nossa festa, lua de mel!"

Maria: "João, acho que é hora de irmos embora."

Antes que pudessem sair, os bonecos saltaram das caixas, rindo histéricos.

João: "O que vamos fazer, Maria?"

Maria: "Bem, parece que é hora de uma dança de lua de mel muito peculiar."

E assim, Maria e João começaram a dançar com os bonecos macabros, em uma mistura bizarra de terror e diversão. A lua de mel deles se tornou inesquecível, e eles perceberam que, às vezes, o inesperado pode ser a melhor parte da vida.

Tenho certeza que os queridos e as queridas leitores e leitoras já estão de saco cheio desta crônica besta, mas vou botar só mais um pedacinho (epa, lá nele!):

E viveram felizes até o divórcio, seis meses depois.

Ps: Não me perguntem como "Beto Expelidor" voltou para casa. Só sei que naquele tempo não existia Uber, e táxi era para os remediados. Para Beto, só ônibus.


Fonte: João das Botas

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