São Bartolomeu, o santo de agosto protege Maragogipe, linda cidade do Recôncavo Baiano, nas margens do Rio Paraguaçu, quase na Baía de Todos os Santos, onde o maior rio genuinamente baiano desagua. Bartolomeu é o santo padroeiro dessa cidade chamada "patriótica" pelo imperador Pedro II que a visitou, com a imperatriz, em 1859, hospedando-se em seu paço, uma peça arquitetônica de 1728. A patriótica Maragogipe lutou pela Independência da Bahia como Cachoeira (heróica) e Santo Amaro (leal e benemérita). Tombada pelo Patrimônio Históriuco e Artístico Nacional, a matriz de São Bartolomeu data de 1650. Seus altares são revestidos em ouro, possui duas torres e bela fachada.
Maragogipe (ou Maragojipe*, tanto faz) é um município localizado no Recôncavo da Bahia, a cerca de 130 km de Salvador. Sua população, segundo o IBGE, é de 35.859, possui uma extensão territorial de 437.610 km² e faz divisa com São Felipe, Cruz das Almas, São Félix, Salinas da Margarida e Nazaré. O município possui seis distritos: São Roque do Paraguaçu, Nagé, Coqueiros, Guaí, Guapira e Sede. O aniversário de Maragogipe é em 8 de maio, data que celebra a elevação à categoria de cidade.
Cidade festeira
Foto: Secult/BA
Não seria exagero dizer que Maragogipe é a cidade mais festeira da Bahia e, talvez, do Brasil. Seu Carnaval é reconhecido como Patrimônio Imaterial da Bahia pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado (IPAC), desde 2009. É um Carnaval "das antigas", com destaque para as marchinhas entoadas por orquestras de sopro e percussão tocadas pelas centenárias filarmônicas Terpsícore Popular e Dois de Julho. Mas as máscaras e fantasias são os símbolos principais da festa que tem origem nos entrudos europeus, comparando-se ao Carnaval de Veneza, e acrescido pela alegria contagiante do povo baiano.
A Festa Junina tradicional de Maragojipe é forte, emana do seu povo festeiro e hospitaleiro que mantém viva suas tradições. São celebradas as Trezenas em louvor a Santo Antônio nas igrejas de todo o município. O Forró do Cais é a principal festa de largo da cidade no São João. O São Pedro também é celebrado com muita festa no distrito de Guapira.
A Festa de São Bartolomeu, padroeiro da cidade, acontece durante todo o mês de agosto. Além do Pregão de Abertura que acontece no primeiro sábado de Julho, o festejo conta com um mês inteiro repleto de festas e celebrações religiosas. A festa é dividida em profrana e religiosa e vai do bando anunciador, lavagem popular e shows ao novenário, missas, lavagem da igreja e procissão.
Foto: Setur/BA
Imperdível, também, é a Regata de Saveiros Aratu/Maragogipe. A regata nasceu no ano de 1969 com a denominação de "Regata de São Bartolomeu", em homenagem ao Santo padroeiro da cidade. Nas primeiras edições do evento a grande maioria das embarcações participantes era composta pelos tradicionais saveiros, muito comuns e numerosos na época. Decorridos os anos, os modernos Veleiros de Oceano passaram a ser os protagonistas, distribuídos em mais de vinte classes. Os tradicionais "Saveiros de Vela de Içar", hoje em extinção, também dão grande beleza ao evento.
Arquitetura
Cidade de magníficas belezas naturais, com uma topografia bastante acidentada, Maragojipe possui, também, uma expressiva estrutura arquitetônica que remonta ao período colonial. A Igreja Matriz de São Bartolomeu, a Casa de Câmara e Cadeia, atual Câmara de Vereadores e o prédio do Fórum, são algumas das edificações mais antigas e belas da cidade. No paço, onde funcionou a prefeitura, esteve preso, numa cela do pavimento térreo o general Labatut, expoente da guerra de libertação 1822-1823. Ruas enladeiradas, solares antigos, sobradões. Uns com a pátina secular do tempo, outros revestidos de azulejos coloniais.
Gastronomia
Foto: FreePik
O dendê e o marisco são os principais ingredientes da culinária maragojipana, que aproveita a vantagem de ter um vasto manguezal e, consequentemente, variados e saborosos frutos do mar. Além disso, a carne de fumeiro produzida no município tem grande destaque, com produção de origem centenária e sua farinha de mandioca é reconhecida como das melhores do Estado. Recomendamos a moqueca de robalo do restaurante Apolônio, que fica na praça em frente ao cais. Outros pratos deliciosos: moquecas de sarnambi, ostras, mapé, arraia...
Músicalidade
O Samba de Roda é uma das mais antigas tradições musicais de Maragojipe, o qual tem origem no século XIX. Tradição passada de pai para filho, no município, há diversos grupos que se apresentam por todo o Estado. Além disso, as centenárias filarmônicas Terpsícore Popular e Dois de Julho também fazem parte da cultura musical do município.
Artesanato
Maragojipe é considerado um dos maiores centros de produção artesanal de cerâmica do Brasil. O maior pólo de fabricação está localizado no distrito de Coqueiros, em que há décadas a tradição da cerâmica é passada de geração em geração.Belezas naturais
Belezas naturais
O município é muito rico em recursos naturais com paisagens exuberantes, o que oferece atrativos para o turismo ecológico, rural e náutico. Localizado ao fundo da Baía de Todos os Santos e mais precisamente situado no ponto de encontro do Rio Paraguaçu com o Rio Guaí, apresenta condições excelentes para a pesca desportiva, além de passeios náuticos.
*Segundo as normas ortográficas vigentes da língua portuguesa, este topônimo deveria ser grafado como Maragogipe. Apesar de prescrever-se o uso da letra "j" para palavras de origem tupi, prevalece o seu nome histórico com "g" pelo principal motivo de ser nome próprio e por na sua carta de elevação, tanto de vila, quanto de cidade, estar escrita com "g" (Wikipédia)
Redação, com informações da Revista Viver Bahia, Prefeitura de Maragogipe e Silvio 'Ataliba'.