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Nunes foge de debate, e Boulos fala por 1 hora sobre propostas para SP

Prefeito faltou a debate organizado por CBN/O Globo/Valor: "Não é uma surpresa. Nunes foi um prefeito fantasma", disse o candidato do PSOL

Por Jorge Matos em 10/10/2024 às 19:08:54
Boulos aproveitou a ausência do prefeito para detalhar propostas que pretendem transformar a capital paulista

Boulos aproveitou a ausência do prefeito para detalhar propostas que pretendem transformar a capital paulista

O que deveria ser o primeiro debate do segundo turno entre os dois concorrentes à Prefeitura de São Paulo se transformou em uma entrevista de uma hora com apenas o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). Diante da ausência de seu oponente, o prefeito e postulante à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), Boulos teceu críticas à atual administração na capital paulistana e chegou a questionar, por duas vezes, a cadeira que Nunes se negou a ocupar no debate desta quinta-feira (10), na Rádio CBN.

"Quem acha que a cidade está boa do jeito que está concorda com meu adversário. A propaganda dele diz que ele fez tudo. Quem entende que São Paulo precisa de mudança, pode mais e merece mais, está comigo e com a Marta, porque é a candidatura da mudança nesse segundo turno", salientou Boulos, nas redes sociais, referindo-se à sua vice, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), considerada a melhor gestora de São Paulo nos últimos 40 anos.

Boulos classificou a ausência de Nunes como um "desrespeito lamentável" com os eleitores de São Paulo e algo ruim para democracia. Nas várias postagens nas redes sociais sobre a recusa do atual prefeito em participar do debate, o deputado reforçou o número 50 e relatou vários episódios em que Nunes foi omisso enquanto prefeito.

"A cadeira vazia no debate é novidade. Mas não é uma surpresa. Nunes foi um prefeito fantasma", postou em suas redes sociais, juntamente com um trecho da entrevista.

Boulos lembrou ainda que o candidato que fugiu do debate é o mesmo que se eximiu de suas responsabilidades por três anos e meio, como foi na época do apagão. Enquanto milhões de pessoas estavam sem luz, Nunes resolveu comparecer ao camarote da Fórmula 1.

"Ele fugiu de resolver o problema, foi alguém que fugiu quando estávamos na maior epidemia de dengue na cidade e deixou as pessoas à própria sorte. É lamentável que alguém que tem esse tipo de postura fraca e omissa queira ser prefeito de São Paulo", disparou.

Em outro momento, Boulos lamentou que não pôde perguntar diretamente ao concorrente sobre a contratação de obras sem processo licitatório.

"O Ricardo Nunes faltou ao debate e não tive a oportunidade de perguntar novamente por que ele colocou o cunhado do Marcola como chefe de gabinete responsável pelas obras sem licitação em São Paulo."

Diálogo com eleitorado potencial

Com forte apoio do presidente Lula e mobilização de vereadores e vereadoras eleitos para atrair os votos da periferia, Boulos e Marta vão intensificar a presença da campanha nas próximas semanas. Ele deixou claro seu objetivo de dialogar com o eleitorado do ex-coach Pablo Marçal (PRTB).

"Eu entendo a indignação de você que votou no Marçal com esse cenário e é por isso que, nesse segundo turno, eu vou dialogar com cada um desses eleitores. Muitas dessas pessoas votaram pelo sentimento de não estar representados na política. Muitas dessas pessoas votaram por olhar para a política e, às vezes, ver pessoas que só aparecem lá de quatro em quatro anos para poder fazer promessinha e, às vezes, ver pessoas que estão na política só para ganhar dinheiro e manter privilégios", assinalou.

Questionado sobre a relação com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB-SP), Boulos disse que o surgimento da extrema-direita, marcado pelo ódio e pela violência, os aproximou: "Isso fez com que setores que pensam diferente se unissem para poder enfrentar esse campo. Isso teve em jogo na eleição passada, com a chapa Lula-Alckmin, e isso está em jogo novamente nessa eleição".

Maior programa de moradia do mundo

Ao falar do orgulho de ter participado, por mais de 20 anos, de um movimento que deu teto digno às pessoas, Boulos expôs o desespero das vítimas de despejo e falou do dever moral de estar ao lado delas.

"No governo meu e da Marta, a partir de primeiro de janeiro do ano que vem, eu asseguro que será o governo com o menor número de ocupações da história da cidade de São Paulo. Sabe por quê? Porque ocupação de movimento social ocorre quando não tem política de moradia e nós vamos fazer o maior programa de moradia e regularização mundial", sintetizou.

Boulos apontou o acolhimento humanizado, aliado à geração de emprego e renda, para acabar com a situação inaceitável de uma cidade rica, mas que ostenta 80 mil pessoas morando nas ruas.

"Essa é uma questão que não é de esquerda, de direita, é uma questão de humanidade. Você não aceitar que na cidade mais rica do Brasil tenha isso. O que que eu vou fazer? Acolhimento humanizado. Junto a isso, eu vou atuar para criar uma porta de saída, porque abrigo não é casa. A porta de saída é geração de emprego e renda para essas pessoas", assinalou.


Fonte: pt.org

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