Um ato em defesa da democracia e contra o golpe realizado no auditório Jornalista Jorge Calmon, na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), em Salvador, marcou esta segunda-feira, 8 de janeiro, data em que completa um ano dos ataques antidemocráticos e danos a prédios públicos em Brasília, capital federal. O governador Jerônimo Rodrigues participou do evento ao lado da primeira-dama e presidente das Voluntárias Sociais da Bahia (VSBA), Tatiana Veloso, do vice-governador Geraldo Júnior e do presidente da Alba, Adolfo Menezes. Também participaram representantes de movimentos sociais, centrais sindicais, parlamentares, representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de integrantes do Ministério Público e Defensoria Pública.
"Nós tivemos em 1964 um golpe que feriu direito das pessoas à individualidade. Agora, em 2016, 2017, 2018 e, mais especialmente, no ano de 2022 a gente viu um forte ataque às instituições. Precisamos assegurar a história da democracia, porque é uma história jovem. O 8 de janeiro não é uma data para alimentar a discórdia ou a divergência entre dois lados de Brasil, pelo contrário. É a nossa resistência, numa casa como esta, da Assembleia Legislativa, junto com os movimentos sociais, entendendo o papel da Constituição e a sua aplicabilidade", destacou Jerônimo.
Ainda nesta segunda-feira, o governador participa de um evento nacional com o mesmo propósito em Brasília, às 15h, no Museu do Senado Federal. O ato "Democracia Inabalada" irá contar com a presença do Presidente Lula e presidentes dos demais poderes.
Resistência
O evento ocorre um ano após os ataques do 8 de janeiro, em Brasília, que resultaram em danos em prédios públicos que foram vandalizados por cerca de 1,3 mil pessoas, a maioria ornamentada com símbolos em verde e amarelo. Elas foram presas acusadas de crimes, como tentativa de golpe de Estado – com alguns já condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Estas pessoas foram transportadas em ônibus de diversos lugares do Brasil rumo à capital federal, ultrapassaram cordões de isolamento e invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF. Para reafirmar o compromisso dos brasileiros com a democracia, a data passa a integrar o calendário de manifestações.
Para o presidente da Alba, é importante celebrar a ação rápida dos poderes, que conseguiu impedir a tentativa de golpe de estado. "A história agora está mostrando, com um ano apenas, como se deu. A gente poderia estar hoje sob um regime militar. Hoje, aqui nós estamos para celebrar a liberdade, a continuação da nossa jovem democracia. Graças a Deus, pela união dos poderes e, claro, a não concordância da maioria das Forças Armadas, nós não estamos hoje, vergonhosamente perante o mundo, sobre um regime de exceção. Essa data nunca pode ser esquecida e nenhum lugar é mais propício do que aqui, a casa do povo, para comemorarmos a vitória da liberdade, a vitória da democracia nessa data", declarou Adolfo Menezes.
A presidente da Central Única dos Trabalhadores a Bahia (CUT-BA), Leninha Valente, chamou a atenção para a unidade de todo o movimento sindical e social do estado presentes no evento. "São quase uma centena de movimentos que assinaram a nota dessa convocatória de hoje. O movimento autônomo, organizados junto com os poderes, tem um poder extraordinário para dar sequência a essa pauta, a pauta da defesa da democracia, e isso nós não vamos abrir mão", afirmou.
Repórter: Lina MagalÃ/GOVBA