Semana passada recordei da "Banca de Bené" e de como as praias da Pituba eram, e que, hoje em dia, estão abandonadas. Deu vontade de continuar no tema.
O Grande marco arquitetônico das praias da Pituba e Amaralina era o Clube Português da Bahia. Quem vinha à pé, de ônibus ou de carro do centro, da Barra, Ondina, Rio Vermelho, ao chegar no "Largo-das-Baianas", em Amaralina, despontava a visão para o Clube Português da Bahia.
O CPB, como era chamado por meus irmãos mais velhos, dividia as praias. O "Bico-de-Ferro" do lado esquerdo e ao fundo do Clube, (Hoje conhecido como Jardim dos Namorados), era praia de pedras e corais. O coral criava piscinas naturais sem ondas, onde se podia nadar com as pititingas, as marias-pretas, peixes palhaços entre outros peixinhos. E do lado direito do clube de quem olha de frente para praia ficava a praia do "Salva-vidas", praia de mar aberto, a qual mencionei na outra crônica.
A praia do Salva-Vidas, com o nome já indica, era perigosa para quem não fosse bom nadador e acostumado com a correnteza e os redemoinhos, vez por outra morria um "brotense" afogado. Daí a necessidade de o Corpo de Bombeiros manter, aos sábados e domingos, um posto de Salva-Vidas na praia. O termo "brotense" era a forma pejorativa que os moradores da Pituba e Amaralina apelidavam os visitantes do bairro de Brotas que, no final de semana, lotavam os ônibus para vir à praia. A praia preferida dos brotenses era a praia de coral. Lá famílias inteiras se divertiam.
Os moradores da orla de Amaralina e da Pituba tinham um forte preconceito contra os visitantes de Brotas, já que, o bairro de Brotas, naquela época, era tido como de classes mais humildes e a Amaralina e a Pituba era formada por moradores das classes média e média alta.
Outra grande atração da Orla era a Casa Navio, a Casa Navio era a residência de um conhecido médico urologista, Drº Boureal, e ficava na esquina da Rua Pará com a Avenida Otávio Mangabeira (orla). A casa era o marco divisório, a divisa, entre a Amaralina e a Pituba. Recordo-me agora que foi na praia do Salva-Vidas que conheci Miroca, outra paixão platônica de minha adolescência. (Mas isso já é outra história).