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59º Congresso da UNE

Presidente Lula participa de Congresso da UNE e defende a democracia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou presença no 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em um momento histórico para os estudantes brasileiros.


Durante seu discurso, Lula comemorou a nova configuração social dos universitários nos últimos anos, destacando a inclusão de jovens pobres e negros nas universidades, graças aos programas implementados em seus governos anteriores.

Sob os olhos atentos de uma plateia jovem e vibrante, o ex-presidente ressaltou a importância da diversidade entre os estudantes. "Aqui não tem apenas filho de gente rica, aqui tem filho de pedreiro, de empregada doméstica, aqui tem filho de metalúrgico, de químico, de gráfico. Aqui está a filha e o filho do povo brasileiro, com a nossa cara", afirmou Lula.

Além de celebrar a inclusão social, Lula fez uma defesa veemente da democracia, alertando para as ameaças que a mesma vem sofrendo nos últimos tempos. Ele ressaltou que, em apenas quatro anos, o país vivenciou os horrores do fascismo e nazismo e questionou como é possível destruir conquistas democráticas levadas séculos para serem estabelecidas. O presidente acredita que a democracia é o melhor sistema para a manifestação plena do ser humano e ressaltou a importância da diversidade e da possibilidade de dissensão presente nesse sistema.
Acompanhando Lula no evento, o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, que passou 14 anos como preso político durante a ditadura uruguaia, fez um discurso instigante aos estudantes. Ele pediu que os jovens busquem a união em prol da defesa da democracia e façam seu tempo valer, evitando cometer os mesmos erros de tempos passados.

"Não cometam o erro do meu tempo. Quanto mais desunidos, mais dominados vamos estar. Portanto, estudar, não perder tempo, cuidar da democracia. A democracia não é perfeita, está cheia de defeitos. Mas, até hoje, não encontramos nada melhor", afirmou Mujica. Ele também destacou a importância do apoio dos estudantes ao governo Lula diante dos desafios enfrentados.

O ato político ainda contou com a participação de ministros do governo, incluindo o ministro da Educação, Camilo Santana. Durante seu discurso, Santana foi vaiado e interrompido por parte dos estudantes, que pediam a revogação da lei que estabeleceu o Novo Ensino Médio. O ministro pontuou que o governo suspendeu a implantação do novo modelo até que ocorram possíveis mudanças.
De acordo com a lei aprovada em 2017, o Novo Ensino Médio tem como objetivo tornar o ensino nesta etapa mais atrativo e evitar a evasão escolar. A lei determina que parte das aulas seja comum a todos os estudantes, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Já a outra parte do currículo deve ser direcionada aos itinerários formativos escolhidos pelos alunos, seja nas áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico. No entanto, a implementação do Novo Ensino Médio tem apresentado desafios relacionados à capacidade das redes de ensino e das escolas.

Com base nos resultados de uma consulta pública, o governo federal suspenderá o cronograma de implementação do novo modelo até que seja possível fazer ajustes e sistematizar as propostas recebidas. Apesar das reivindicações por parte de entidades e especialistas para a revogação do Novo Ensino Médio, o governo não cogitou revogar a medida por completo, mas sim realizar ajustes de acordo com as necessidades identificadas.


Com informações de Agência Brasil

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