Para enfrentar um ano com aumento de casos de dengue em território nacional, o Ministério da Saúde investe mais de R$ 1,5 bilhão para o período sazonal de 2024/2025, o que representa aumento de 50% em relação ao período anterior. Os recursos estão sendo utilizados por estados, municípios e Distrito Federal para reforçar as ações de vigilância e melhorar o atendimento da população.
O aporte para o ciclo contempla um aumento no investimento em novas tecnologias para o enfrentamento à doença, como o método Wolbachia , estações disseminadoras de larvicidas e mosquito estéreis. Além disso, o Ministério da Saúde está garantindo a continuidade da vacinação contra a dengue para o público elegível, inseticidas e biolarvicidas. Recursos também foram destinados para aquisição de insumos laboratoriais para a testagem de arboviroses nos estados. Parte do investimento contempla ainda as portarias emergenciais, com objetivo de atender surtos, projetos de pesquisas e desenvolvimento, entre outras iniciativas.
O método Wolbachia será ampliado no país no período sazonal 2024/2025, contemplando novos municípios. Trata-se de uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos. No entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti . Quando presente neste mosquito, a bactéria impede que os vírus da dengue, zika , chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução das doenças.
Os recursos também apoiarão a ampliação da rede assistencial de saúde para atender o aumento de casos de arboviroses, como dengue, chikungunya e zika. O secretário-adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) , Rivaldo Venâncio, destaca que os repasses serão feitos de acordo com as necessidades locais. "O objetivo é evitar a sobrecarga das redes assistenciais, antecipando as ações antes que os municípios cheguem a decretar emergência em saúde pública", explica.
Em relação à vacinação, até o momento, 1.921 municípios estão sendo contemplados em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. São 6,5 milhões de doses, suficientes para vacinar 3,2 milhões de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. Para 2025, a pasta já contratou mais 9,5 milhões de doses - a capacidade máxima de fornecimento do único produtor mundial da vacina.
Novas ações em andamento
Entre as ações em implementação em 2024, está a ampliação do acesso à rede de atendimento, evitando mortes por dengue. Em municípios onde o número de casos aumentar, o Ministério da Saúde poderá sugerir a extensão do horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), oferecendo atendimento em turnos adicionais, além de organizar salas para hidratação dos pacientes com quadros mais graves.
Tecnologias e novos métodos de controle
Além das ações de assistência, parte dos recursos será utilizada para implementar novas tecnologias de controle do vetor Aedes aegypti. Entre elas, além do Wolbachia, insetos estéreis, borrifação residual intradomiciliar e estações disseminadoras de larvicidas. Além disso, a ampliação do uso de Bacillus Thuringienses Israelensis (BTi), para monitorar a disseminação do mosquito. A expectativa é aumentar o número de municípios beneficiados por essas tecnologias.
Desafios e a participação da sociedade
Venâncio ressaltou que os desafios vão além dos aspectos epidemiológicos e logísticos. A participação ativa da população é fundamental para o sucesso das estratégias de controle do mosquito, uma vez que ele se prolifera em ambientes domésticos. "Estados e municípios, sozinhos, não conseguirão reduzir o impacto das arboviroses. A mudança de comportamento da população, cuidando melhor do ambiente ao seu redor, é essencial", reforça o secretário-adjunto.
O Ministério da Saúde alerta que a forma mais eficaz de prevenir a dengue continua sendo a eliminação dos focos do mosquito, já que ele se desenvolve em água parada. Medidas simples como tampar caixas d'água, limpar ralos e pias, cobrir potes de água de animais e evitar o acúmulo de lixo são fundamentais para impedir a proliferação do vetor.
Neste sentido, a Pasta lançou a campanha nacional de conscientização e mobilização da população para reduzir os casos e óbitos causados por arboviroses. A mobilização incentiva a população a dedicar 10 minutos por semana para controlar os focos de reprodução do inseto.
Além disso, a pasta recomenda que a população faça uma inspeção semanal em suas residências para identificar possíveis focos e receba os agentes de combate às endemias. O uso de repelentes e a instalação de telas em portas e janelas também são medidas importantes de proteção.
Ministério da Saúde