Gosto muito das, digamos assim, "tiradas filosóficas" dos baianos. Uma delas assegura, peremptoriamente, que "mulher da Curva Grande não casa com homem do Pau Miúdo". Acho que é puro preconceito, mas acredito ser mesmo difícil esse enlace matrimonial devido à grande distância entre as duas localidades. Mas, quem sabe, eles podem se encontrar no Carnaval da avenida Sete, do Farol da Barra ou do Pelô. Ou ainda num Ba-Vi na Fonte Nova.
Conversar com baiano é deleitar-se em boa prosa. Ainda ontem ouvi um diálogo bastante edificante entre um baiano e um ex-alemão. Digo ex porque o dito cujo apaixonou-se por Damiana depois de comer o caruru dela, seguido de uma "punheta" com bastante coco e canela em pó e nunca mais voltou pra sua terra, que na verdade não é a Alemanha, mas sim a cidade de Taquara, Rio Grande do Sul.
Disse o baiano:
- Alemão, cuidado que Damiana é casada com um açogueiro brabo, e ele vai cortar seu "carnambuçu de oreia".
- Arreda prá lá baiano. O que os olhos não vêem o coração não sente.
- Lá ele, Alemão! Só tô "lhe avisano". O cara é do Pernambués, na divisa do Areal.
- Podia ser do Curuzú... Na moral, você arrudeia pacas. Qual foi dessa muvuca aí, meu rei?
Não sei o resultado do quiprocó porque meu buzu chegou e eu tive que me picar, já que moro na casa do caraio, depois de onde o vento faz a curva.
Na Bahia, mais precisamente em Salvador, "quem mora na Saúde jamais baixa em hospital". Só se ficar doente, principalmente com "espinhela caída".
Por falar na Saúde, marquei um encontro com uma "piriguete" de lá. Foi na Gamboa, pra gente ver corrida de submarino e depois "macetar" um pouco, que ninguém é de ferro. Esperei mais de três horas "de relógio" e ela nao apareceu"; fiquei "virado no estopô". Agora, a piriguete pode vir toda "se bulinu", mas eu "não dou asa pra ela".
Baiano quando se reta, sai de baixo que vem "galinha pulano".